Kamila Erbs
Acadêmica do 2° ano Curso de Letras Licenciatura da Univille

A guerra das escolhas

Guerra dentro da gente é único livro para o público infanto juvenil, escrito pelo poeta Paulo Leminski e ilustrado por Júlio Mendonça. Ganhou os prêmios “Menção honrosa do Premio do Jabuti” em 1989 e “Premio APCA- melhor ilustração.

O livro é uma fábula que conta a história de Baita ,filho de lenhador, desde sua infância de pobreza até a velhice como grande chefe militar de um reino.

A primeira das guinadas radicais da vida de Baita se dá numa ponte entre a aldeia em que ele mora e a floresta, no ponto de transição entre o conhecido e o desconhecido, o consciente e o inconsciente. Na ponte Baita conhece Kutala, um misterioso ancião,que lhe propõe aprender a “arte da guerra”. Serão duríssimas vivencias para o garoto, como tornar-se escravo, alimentar tigres e leões, comida escassa...

Com uma linguagem simples, poética e sensível Leminski aborda a arte de viver, a guerra que todo dia há dentro da gente, a guerra das nossas escolhas, onde um sim ou um não pode mudar toda uma vida, pois todas as escolhas tem suas consequências. E como acertar essas escolhas ? Vivendo ” A guerra faz parte da vida. Quem quiser aprender mesmo a arte da guerra, tem de conhecer a vida. E a vida só se aprende vivendo”

Guerra dentro da gente é um livro que foge da descrição das palavras, um livro para sentir e levar para vida inteira.



A dor do (re)encontro

Áurea Cármen Rocha Lira
Pesquisadora-voluntária do PROLIJ


Há histórias que são assim: sem palavras. Nelas, imagens ganham corpo e voz nos olhos de quem as lê. É o caso de A Máscara, no fino traço de Juliette Binet, obra lançada em 2009 pela Escala Educacional. Na capa, o amarelinho tipo sorvete de baunilha em dia quente e rostinhos que bem lembram antigos decalques fazem o convite a uma leitura que parece ser de outros tempos. O leitor, assim fisgado, pede mais: é quando encontra um ratinho, que solitariamente observa companheiros brincando. Para unir-se a eles, o roedor veste uma máscara que lhe confere condição quase humana, tal como os rostinhos bonitos da capa e que agora são também os de seus colegas. Só uma bolada levada na brincadeira faz com que ele retire tal objeto de dissimulação e possa assim chorar sua dor. E os demais, como reagirão diante dessa inusitada e corajosa atitude do companheiro de ficar literalmente “nu em pelo” ? Surpreendente desfecho aguarda o leitor que com certeza vai sair da história mais perto de si.







Univille firma convênio com Universidade da Madeira
e estreita relações com Portugal

A UNIVILLE (Universidade da Região de Joinville) continua a estreitar relações com universidades d’além-mar. Desta vez com a UMA (Universidade da Madeira), em Funchal, capital da Ilha da Madeira. A Profª Dra Sueli de Souza Cagneti, coordenadora do PROLIJ – Programa Institucional de Literatura Infantil Juvenil da Univille e professora do Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade representou a Univille, de 1° a 7 de outubro, no evento “Projecto PINOKIO (Pupils for Inovation as a Key to Intercultural and Social Inclusion) , atividade conjunta da UMA com a Secretaria de Educação e Cultura da Região da Madeira, que visa a inserção de paises terceiros, para a qual o Brasil é candidato, através da UNIVILLE. O projecto Pinokio tem a duração de 36 meses ( 2009- 2011) e tem como objetivo “ proporcionar competências interculturais a professores e crianças de forma a familiarizá-los com vários tipos de comportamento e valores. No futuro espera-se contribuir para um mundo de tolerância , solidariedade e respeito cultural mútuo".

No encontro das instituições também foi firmado convênio da UNIVILLE com a UMA , que possibilitará a transferência de pesquisa e conhecimento entre professores e alunos. A assinatura do convênio teve a presença da professora Sueli Cagneti, da Vice Reitora da UNIVILLE, Profa Dra Sandra Furlan e da coordenadora das Relações Internacionais da Univille, Profa Yoná Dalonso.

Andrea Oliveira, mestranda da Univille no curso Patrimônio Cultural e Sociedade, orientanda da professora Sueli e co-orientanda da Profa Dra Luisa Marinho Antunes Paolinelli, que pesquisa a literatura de tradição oral na Ilha de São Francisco do Sul, também participou do evento. Na sua linha de pesquisa ela identifica semelhanças nos contos e mitos analisados na produção da cidade catarinense com o conto popular madeirense. A oportunidade de um trabalho comparativo Ilha de São Francisco e a Ilha da Madeira surgiu em conversa com a Profa Luisa, que esteve na UNIVILLE no evento Abril Mundo, promovido pelo Prolij, quando proferiu palestra sobre literatura de raízes portuguesas, em junho deste ano.

A participação da Univille no evento na Ilha da Madeira encerrou no dia 6, após as apresentações das atividades pela Secretaria Regional de Educação, já em andamento e com a conferência “Literatura e Interculturalidade: experiência do Prolij”, proferida pela professora Sueli Cagneti.

Por Rodrigo Silva
(Pesquisador voluntário do PROLIJ)


Em um livro de causar impacto ao olhar, com capa dura em tecido e no formato vertical, Balanço é daqueles textos e imagens que nos levam a um leve passeio por entre coisas simples, mas profundas. Diferentemente de muitos textos que circulam por aí, trazendo apenas belezas aos olhos e de conteúdo vazio, Balanço poeticamente une o belo ao suave encanto das palavras. Tudo pode ser em um parque, em uma praça, ou quem sabe em um balanço, que vai pra lá e pra cá, que vai e vem trazendo sonhos e encantos. 

Assim é o menino que ilustra esta história, que na verdade, não parece história, mas que ao balançar-se vai tecendo conosco suas viagens, seus sonhos e suas fantasias, querendo colher estrelinhas perdidas com o capuz do casaco, ele acaba nos levando junto. E nas idas e vindas ele traz consigo o azul do céu, a lua, e a noite que se aproxima, e com isso acaba deixando sua marca lá no alto... 

Balanço é isso, é poético e simples, traz consigo a liberdade nas palavras e no azul das imagens, nos permite a liberdade do vai e vem do pensamento, permite imaginarmos a cidade silenciosa, que vai se apagando aos poucos, e enxergar o descanso de tudo. Em dias tão tumultuados, Balanço faz-nos PARAR e conseguir isso hoje em dia parece ser muito difícil. Experimentar ouvir o assobio da brisa em um balanço, assim como um pêndulo azul, azul; é ver, que parar é muito bom.



FICHA TÉCNICA:
Obra: Balanço
Autor: Keiko Maeo
Tradudor: Diogo Kaupatez
Editora: Cosac Naify
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