Fernanda Cristina Cunha


Fita verde no cabelo, de Guimarães Rosa e Roger Mello: uma obra não tão contemporânea em termos de ano de publicação, mas sim de temáticas. A Chapeuzinho Vermelho, que nesta obra chama-se Fita Verde, com pequenas semelhanças ao conto de Charles Perrault, cria uma atmosfera encantada ao longo das mais ou menos 30 páginas de narrativa. Contudo, esse encantamento vai dando espaço à realidade da natureza humana. 

Fita Verde precisa aprender a conviver com a dor das relações, da possível perda e com o luto quando por fim ela ocorre. A poesia e o encantamento da obra atrelada à menção da finitude da vida, gera, ainda que emocionalmente triste, um rememoramento de que a morte existe e de que ela é uma das poucas certezas da condição humana. 

A hibridação é aqui revelada na nova expressão da obra de Perrault, ao passo que o real toma lugar no imaginário tradicional que é esperado pelo leitor. A representação poética, especialmente na literatura infantil, seja ela acerca da finitude da vida, ou das relações familiares e sociais, torna mais tangível as angústias da existência do ser e abre espaço para a sensibilidade humana.

O material aqui apresentado é um recorte da pesquisa “Hibridismo na Literatura Infantil Juvenil: contrapontos contemporâneos”, de cunho bibliográfico, em desenvolvimento por pesquisadores vinculados ao Programa de Literatura Infantil Juvenil (PROLIJ). O objetivo geral do projeto é compreender como o hibridismo vem se materializando e se manifestando nos livros infantis e juvenis na contemporaneidade. 




Oportunizar a promoção e maior alcance das produções cientificas à toda comunidade é um dos nossos objetivos. Quer saber mais sobre a pesquisa? Manda um direct no instagram para a gente. 

Referências: ROSA, G. Fita Verde no Cabelo: nova velha história. Ilustrações: Roger Mello. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.

Fernanda Cristina Cunha é graduanda de Psicologia pela Univille. Atua como bolsista do Proesde e busca através dos livros que lê as longas caminhadas por dentro de si mesma

 Bruno Bernard Merten


“É um livro”, de Lane Smith, publicado no Brasil em 2010 pela Companhia das Letras, por seu selo infantil – Companhia das Letrinhas. É uma história contada com economia de palavras e riqueza de imagens, justamente nisso reside o maior potencial deste livro.

Seus personagens principais são dois amigos, um internauta, representado por um burro, e um leitor clássico, um macaco. A história inicia-se com o burro questionando ao macado que objeto ele está segurando. O macaco responde de forma bastante direta: “É um livro”. Na história fica evidente a relação do burro com as redes sociais e o seu total desconhecimento sobre o funcionamento dos livros  impressos. O burro começa então um verdadeiro interrogatório sobre aquele objeto. A resposta do macaco, por sua vez, é a mesma sempre, “É um livro”.

A leitura é rápida,  mas as reflexões são profundas. De forma bem-humorada, o texto atenta para o lugar do livro no mundo tecnológico atual, em que todos crescem já imersos no universo virtual, a ponto de a leitura tradicional estar perdendo espaço, e o leitor atual perdendo a rica experiência do contato com o livro impresso e suas inúmeras possibilidades, como a de instigar a curiosidade e se tornar coautor ao ativar cenários e personagens em seu imaginário.

A história ganhou também uma animação de um minuto, mostrando o diálogo entre os amigos. O vídeo está disponível no Youtube e é uma forma interessante de dialogar com o livro em outros formatos.



Você pode acessar essa animação clicando aqui: 

É um livro | Lane Smith https://www.youtube.com/watch?v=DMa-dXrrnOA 

Resenha desenvolvida em parceira com o bolsista UNIEDU, Bruno Bernard Merten

Maria Eva Danielle é graduanda em Letras (Língua Portuguesa e Inglesa) pela Univille, atua como bolsista no Prolij e vê a literatura como forma de liberdade. 

Jaqueline Basilio é graduanda em Letras (Língua Portuguesa e Inglesa) pela Univille, atua como bolsista no Prolij e encontra nas palavras o poder para mudar o mundo. 
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