Por Alencar Schueroff
 (Pesquisador voluntário do PROLIJ e professor do Curso Persona)



A seguir, há uma resenha do romance O Voo da Guará Vermelha, Maria Valéria Rezende, autora que, neste ano, estará no Abril Mundo. A autora proferirá uma palestra no dia 23/06, intitulada "Ler é multiplicar-se".

Este ano, o vestibular da UFSC tem em sua lista de obras literárias de leitura obrigatória, O voo da guará vermelha, de Maria Valéria Rezende. Bela escolha! Às vezes as listas trazem agradáveis surpresas, que tornam um pouco mais prazerosa a atribulada vida dos vestibulandos.

O livro é simples, com enredo e linguagem acessíveis a quase todo tipo de leitor. Porém, com uma reflexão mais aprofundada, podem surgir perguntas, como: Qual a relação entre o cinzento e o encarnado? Por que há frases do tipo “É perto do meio dia,dizem as sombras”? Respondendo de forma paradoxalmente objetiva, dir-se-ia que isso é o que chamamos de Literatura. As coisas ditas e, ao mesmo tempo, não ditas, que agitam nossa alma.

A história trata da vida sofrida de Rosálio e Irene. Ele, um pedreiro analfabeto que carrega consigo uma caixa de madeira, cheia de livros. Ela, uma prostituta doente em fim de carreira. A fusão entre o cimento e a guará vermelha ferida vai dando origem a uma explosão de cores que toma conta da vida tão incolor de ambos. Eles interagem e se complementam, à medida que Rosálio aprende as primeiras letras com Irene que, em contrapartida, ouve maravilhada a fantástica história da vida dele: “conta para eu sonhar”, ela pede.

E completando esse poético escambo, Irene ainda acumula mais duas funções: lê para seu companheiro os livros da caixa e coloca no papel as lindas narrativas auto-biográficas que ele conta. Pensando bem, tudo isso parece ser uma só coisa, até porque “a vida mistura tudo e quem quiser separar não vive nada que valha”. A citação acima evidencia o destaque do livro: a musicalidade. As palavras são minuciosamente escolhidas e colocadas, fazendo com que a gente sinta vontade, em vários momentos, de ler em voz alta.
Vem aí o ABRIL MUNDO 2009

Dias 22, 23 e 24 de junho o PROLIJ estará promovendo o ABRIL MUNDO 2009 com o tema “Contar histórias multiplica a gente”. O ABRIL MUNDO é um evento literário dirigido a estudantes e profissionais que têm interesse na área de literatura infanto-juvenil.

O evento irá contar com as presenças das convidadas especiais: a professora da Universidade da Ilha da Madeira (Portugal) Dra. Luísa Antunes Marinho Paolinelli, com a palestra “Contar histórias da literatura portuguesa: Do coração dos grandes à imaginação das crianças”, e a escritora Maria Valeria Rezende, autora do “O vôo da guará vermelha”, com a palestra “Ler é multiplicar-se”.

22/06/2009 Palestra de abertura. Auditório. 19h30.
"Contar história de literatura Portuguesa: Do coração dos grandes à imaginação das crianças". Com Dra. Luísa Antunes Marinho Paolinelli, da Universidade da Madeira (Portugal).

23/06/2009. Oficina. Anfiteatro da biblioteca.13h30. "A arte milenar de contar histórias". Com o professor-pesquisador Cleber Fabiano da Silva.

23/06/2009 Palestra. Auditório. 19h30.
"Ler é multiplicar-se". Com a autora Maria Valeria Rezende, autora de "O voo da guará vermelha".

24/06/2209. Oficina. Anfiteatro da biblioteca. 13h30."A arte milinar de contar histórias". Com a professora-pesquisadora Alcione de Pauli.

24/06/2009 Mesa Redonda. Auditório.19h30."PROLIJ desvendando mil e uma histórias" a) Assessoria de EventosBloco B, sala 2.
Fone: (47) 3461.9004Baixe a ficha de inscrição no site e encaminhe por fax para: (47) 3461.9203

c) Efetue o pagamento por meio de depósito bancário:Banco do Brasil agência:5214 conta:121.3663-8

d) Utilize uma ficha de inscrição para cada inscrito, podendo ser fotocópia.
As fichas que forem enviadas com qualquer campo incompleto ou sem o comprovante de depósito bancário não serão consideradas.Valores: R$25,00 (Todas as palestras e oficinas, certificado de 20 horas) R$20,00 ( Palestras, certificado de 12 horas).
Por Alcione Pauli
(pesquisadora Voluntária do PROLIJ, e mestranda do curso Patrimônio Cultural e Sociedade / UNIVILLE)


Jean-Pierre Siméon, em Isto é um poema que cura peixes, inicia com uma espécie de “título-poema” que traz consigo poder de cura. Segundo o dicionário HOUASIS: cura é restabelecimento da saúde. Já Jean Chevalier, no seu Dicionário de Símbolos, diz que peixe é símbolo de fecundidade em função da sua prodigiosa faculdade de reprodução e do número infinito de suas ovas.Olhando para essas duas definições, o texto de Jean-Pierre procura refletir sobre poesia, através de um peixe chamado Léo que está morrendo! (...) de tristeza! Imaginem só um símbolo que tem a função de reproduzir estar morrendo! Assim, com o intuito de restabelecer a saúde de Léo, aparece seu dono, o personagem Artur.

Neste pensar, as duas palavras chaves do texto, “peixe” e “cura”, vão abrindo caminhos na memória interna para encontrar o antídoto para o peixe Léo. Artur trava uma batalha para definitivamente curar o seu peixe e, para isso, procura dentro de casa. Não estando satisfeito, sai. O retorno é surpreendente.

Junto com as palavras, o texto vem acompanhado de uma narrativa visual que nos convida a percorrer mais uma história, ou seja, as imagens vão além das palavras. Permitindo, então, uma dupla leitura poética: do texto e da imagem.

Imperdível, este livro é indicado para crianças a partir de seis anos, podendo, no entanto, ser apreciado por todos aqueles que curtem literatura da boa.

Isto é um poema que cura peixes, de Jean-Pierre Siméon, tradução de Ruy Proença, ilustração de Olivier Talllec, Edições SM, 2007. 48 pp.
Por Cleber Fabiano da Silva
(pesquisador voluntário do PROLIJ)

A mundialmente famosa história da menina que usava um capuz vermelho e tinha a intenção de visitar a avó doente no outro lado da floresta, ganha novos rumos quando nossa heroína recebe uma carta do Lobo Mau pedindo para que ela o ensine a ser bonzinho.
        
Disposta a ajudá-lo e contando com a sua própria colaboração, o Lobo, agora convertido ao vegeterianismo, vira o herói preferido até mesmo pelos demais personagens dos contos de fadas que, no Jornal da Floresta, relatam surpresos sua transformação. Levando flores para a mamãe de Chapeuzinho, surpresas deliciosas para a vovó e assistindo futebol com o lenhador, o Lobo começa a provocar ciúmes na menina. Ela, então, elabora um plano para mostrar a todos como ele era de verdade...
         
Seguindo a tendência pós-moderna de revisitamentos dos clássicos, Agnese Baruzzi e Sandro Natalini apresentam: A verdadeira história de Chapeuzinho Vermelho, Editora Brinque-Book, 2008. Contada através de uma proposta divertida e interativa de projeto editorial na qual a criança pode ler e brincar e vice-versa, são também utilizadas as mais variadas propostas de gêneros textuais orais e escritos. Passando pela carta ao bilhete, do jornal televisivo ao escrito, pela leitura de livro de receitas e marcas que sugerem o fluxo do pensamento, a obra convida o leitor para vivenciar os acontecimentos que teriam ocorrido bem antes da versão oficial.         

Em tempo: o livro acaba de ganhar o prêmio de Melhor Livro Brinquedo - 2008, concedido pela FNLIJ – Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. 

FICHA TÉCNICA
Obra: A verdadeira história de Chapeuzinho Vermelho
Autores: Agnese Baruzzi e Sandro Natalini
Tradutor: Índigo Editora: Brinque-book

A FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil Juvenil) premia anualmente os destaques da literatura infantil juvenil, revelando os melhores livros do ano.A premiação é dividida em diversas categorias : Criança, Jovem, Imagem, Poesia, Informativo, Tradução Criança, Tradução Jovem, Tradução Informativo, Tradução Reconto, Projeto Editorial, Revelação Escritor, Revelação Ilustrador, Melhor Ilustração, Teatro, Livro Brinquedo, Teórico, Reconto e Literatura de Língua Portuguesa. 



Tendo sido premiado nacionalmente e “além-mar” (com a menção honrosa no V Porto Cartoon – Portugal, 2003), Mário Vale parece reunir em A linha de Mário Vale, livro de imagem, todo o refinamento de seu traçado como cartunista, chargista, artista plástico, programador visual e autor ilustrador de livros infantis. Em tal obra publicada pela RHJ em 2006, o autor nos remete, através de uma linha, ao exercício visual pelas imagens desafiadoras e elementos inesperados que cria.


Pequenos e grandes leitores são chamados a compartilhar de seu impulso criativo a cada página, com situações simplesmente inusitadas. A mesma linha que geralmente serve para separar, nas mãos de Mário Vale pode reunir os dois (e tantos) lados de questões de várias ordens, inclusive as sociais.

Cenas da obra parecem adquirir um caráter temporal de narrativa, como se a elas, num processo antes / depois, conferíssemos uma vida infinita e inesgotável. Chega-se aqui ao “final da linha”, para que possam, os que ainda não tiveram o privilégio, encantar-se com este “doce”, que o mineiro Mário tão bem soube fazer.

VALE, Mário. A linha de Mário Vale. Belo Horizonte: RHJ, 2006.

Por Áurea Cármen Rocha Lira - Pesquisadora-voluntária do PROLIJ
Prezados professores, pesquisadores, escritores, ilustradores, editores e demais profissionais que se dedicam à produção literária infantil e juvenil brasileira ou em qualquer outra parte do mundo, este espaço foi criado para conversarmos com mais freqüência e para aproximarmos nossos fazeres. Sejam todos bem-vindos, como colaboradores de conteúdos, opinadores ou comentaristas. O Prolij agora tem um blog, porque não tem como não falar de Literatura todos os dias.

Nosso e-mail é: prolij@univille.br 
Um abraço literário a todos!
Evento: apresentação no cerimonial de reabertura da Estação Ferroviária de Joinville e lançamento da Estação da Memória.
Projeto: apresentação de canto e poemas de autores brasileiros com peças que tratam do universo das estações e dos trens, usando trajes de época. Contação de Histórias nos dias seguintes, na programação cultural de lançamento da Estação da Memória.
Coordenação: Professora Dra. Sueli Cagneti
Grupo de Trabalho: Professores-pesquisadores Prolij
Data: 24, 26 e 27 de abril de 2008
Local: Estação Ferroviária de Joinville
Fotos de registro: Projeto Cidade Cultural

Professores preparam poemas
Ensaio para a Contação de Histórias
Grupo chega à Estação em trajes de época
Público encantado com a performance
Prolij: Mais de 10 anos de pesquisa e extensão da Literatura Infantil Juvenil 

O Prolij - Programa Institucional de Literatura Infantil Juvenil, da Univille – Universidade da Região de Joinville, completou em novembro de 2007, 10 anos de atividades e consolida-se como um programa de grande importância social na Educação através da investigação, estudo, descoberta e indicação “do que ler” e “como ler” a Literatura Infantil Juvenil.

Inicialmente, o programa atuou no campo da sensibilização de novos leitores. Com o passar do tempo, especializou-se na pesquisa, crítica e seleção de materiais que sejam ferramentas pertinentes na formação de leitores mais capacitados. Atualmente, está entre os programas mais expressivos das universidades brasileiras no estudo de narrativas da Literatura Infantil Juvenil.

Nesses 10 anos, atendeu a centenas de professores e atingiu milhares de estudantes nas fases da infância e adolescência, através de oficinas, contações de histórias, exposições e outros projetos. Tem sido parceiro educacional nas escolas públicas e particulares e referências a outras instituições de ensino superior na implantação de seus programas. “Hoje, somos um grande coletivo da área da Leitura e da Literatura, formado por professores, alunos e pesquisadores. O Prolij alçou vôos nesses 10 anos que o credenciam a buscar projetos cada vez mais promissores, por seus critérios e pela sua pertinência ao pesquisar e colocar à disposição de educadores e leitores meios e materiais que qualifiquem seu aprendizado. Hoje, o nosso trabalho é pesquisar e apontar “o que ler” e oferecer parâmetros de “como ler” a Literatura Infantil Juvenil”, comenta a professora Dra. Sueli de Souza Cagneti, coordenadora do programa.

Nesses últimos anos, o programa da Univille tem conquistado reconhecimento internacional através da participação em vários eventos educacionais. Recentemente, ganhou também um espaço em São Francisco do Sul, na unidade Iperoba, estendendo e fortalecendo sua relação comunitária. E, está organizando, também, entre seus novos projetos, a Biblioteca do Prolij, que tendo recebido muitas doações já conta com um acervo de aproximadamente mil títulos.

As primeiras conquistas 

O Prolij iniciou suas atividades em 1996, vinculado ao curso de Letras e com o objetivo de estudar a leitura e levantamento de critérios para seleção de textos. Naquele momento, a professora Sueli de Souza Cagneti, titular da cadeira de Literatura Infantil, vislumbrava a possibilidade da criação de grupos de estudos que pudessem desenvolver a pesquisa e programas de extensão que envolvesse amplamente alunos do curso de Letras, professores e estudantes da rede pública e privada.

Em 6 de novembro de 1997, o programa foi instituído oficialmente na universidade incentivado pela professora Mariluce Cicarelli, na época Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, conquistando, inclusive, um espaço físico para as reuniões e oficinas. Já nos primeiros anos o Prolij pesquisou sobre fábulas e contos de fadas e apresentou os resultados no 12º COLE ( Congresso de Leitura), em Campinas, e no Lectura'99- Para Leer il XXI – Comité Cubano del IBBY - Havana – Cuba.

A pesquisa apresentou alguns desdobramentos, dentre os quais, um trabalho com as imagens, que teve a colaboração da professora Dra. Nadja de Carvalho Lamas, intitulado “O pós-moderno e suas imagens no era uma vez” . Este estudo foi mostrado para o mundo acadêmico em Brasília e durante o Congresso do IBBY - Colômbia, na cidade de Cartagena de Índias.

Em 2001, o Prolij dá um novo passo e dessa vez no campo da crítica literária. Lançou o livro-catálogo intitulado Sugestões de Leitura para Crianças e Jovens, dirigido à comunidade acadêmica, professores e aos profissionais da leitura. A aceitação do projeto foi tão expressiva que em 2002 e 2004 a publicação ganhou novas edições.

Nos anos de 2002 e 2003, o programa estendeu seus encantos para Blumenau. Primeiro na FURB – Fundação Educacional da Região de Blumenau , com participação no Congresso da ACAFE – Associação Catarinense das Fundações Educacionais . Depois na abertura do Encontro do PROLER, que tem como coordenadora a ex-prolijiana Patrícia Constâncio.

Os estudos, as análises e comparativos entre textos e imagens não param mais, e as descobertas prosseguem. No ano de 2004 foi a vez de participar do primeiro Congresso Internacional de Literatura Infantil, realizado em Presidente Prudente, São Paulo.

A criação de um grande evento de literatura 

Em 2005, o ProlIj lançou o Abril Mundo, evento nacional, aberto à comunidade educacional e que apresenta a cada edição um grande tema da Literatura Infantil Juvenil. A primeira comemorou os 200 anos de morte de Hans C. Andersen.

Em 2006, o tema foi “Da Itália para o Brasil. Os caminhos de Pinóquio” e, através de parceria entre Prolij/Univille e Fondazione Carlo Collodi/Itália, o evento trouxe para o debate a Dra. “Daniela Marcheschi”, conselheira permanente desta fundação, que se ocupa das obras do consagrado autor italiano, criador do boneco Pinoquio.

Em 2007, o Abril Mundo promoveu debates em torno da leitura de imagens, com o evento “Imagens que contam histórias” que envolveu além da área de Letras, os cursos de Artes Visuais, Design e pedagogia e teve como convidado especial o escritor e ilustrador, Mario Vale.

Atuação em outros países

Em 2005, o Prolij foi aprovado no Congresso Literatura, Infância e Arte na Ilha da Madeira, em Portugal, onde apresentou o resultado de sua pesquisa . “Era uma vez uma bonequinha de pano X C'era uma volta um pezzo di legno”.

Em 2006, o Grupo Reinações do PROLIJ , foi à Fundação Carlo Collodi, na Itália, aprofundar seus estudos sobre o personagem Pinóquio. E, no mesmo ano,o programa foi à China, com a comunicação “ Pinocchio and Emília. From speaking dolls to conscious beings: the humanization marked by its different contexts , onde participou de evento organizado pelo IBBYchinês (International Board on Books for Young People).

Em 2007, o Grupo Reinações do Prolij foi aprovado e participou apresentando trabalhos no maior congresso internacional de contação de histórias, que aconteceu em setembro, em Nova Delhi, Índia. 

Comemorações dos 10 anos 

Os 10 anos do Prolij – Programa Institucional de Literatura Infantil Juvenil da Univille foi comemorado com uma grande festa literária, realizada no dia 21 de novembro de 2007 pelos corredores e anfiteatro da Biblioteca Universitária , com exposições, visita à sala do Prolij, homenagens, contação de histórias e o lançamento do livro “Preto no Branco”, vencedor do Concurso de Narrativas Visuais Prolij 10 anos.

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