Os prolijianos se reuniram no dia 15 de dezembro para um animado encerramento, em que compartilharam as alegrias deste ano tão repleto de leituras, realizações, eventos e projetos para o futuro. Com direito a um delicioso jantar e a divertida dinâmica "Passe-repasse", a noite terminou com o, já de praxe, amigo secreto!

    Alencar, eleito "amigo de todos" na dinâmica, decidiu começar. Ele presenteou a Ana com "Os cem melhores poemas brasileiros do século" (seleção de Italo Moriconi).
   Ana, muito orgulhosa de ter sido considerada a mais poética do Prolij pela coordenadora, presenteou a Sônia com o livro "Meu avô africano", de Carmen Lucia Campos.
   Sônia, "a mais responsável do grupo", presenteou a Luciane, com os livros de poemas "Compêndio para uso dos pássaros" de Manoel de Barros e "Em alguma parte alguma" de Ferreira Gullar.
    A sempre alto-astral e agora mestranda, Luciane, presenteou nossa querida coordenadora, Sueli, que por ter acesso sempre fresquinho aos livros pela FNLIJ foi surpreendida com lingerie. 
   A mãezona, Sueli, presenteou a Áurea, seguindo a dica de "aliado a", com o livro "Vida e paixão de Pandonar, o cruel", de João Ubaldo Ribeiro, aliado a uma mandala e a uma camisola.
    Áurea, a prolijiana mais organizada, presenteou a Maria Lúcia também com "presente aliado a", uma bolsa para praia e o livro "Balão Cativo", de Pedro Nava.

   Maria Lúcia, eleita mestre-cuca além de "mais artística do grupo", presenteou o Cleber com o livro “Memórias inventadas para crianças”, de Manoel de Barros
   Cleber, sempre divertido, presenteou a Viviane com o livro "Contos de fadas" (apresentação de Ana Maria Machado). 
   Viviane, por sua vez, presenteou a Daiane também com "Contos de fadas” e com o livro "Como um romance", de Daniel Pennac. 
   Daiane presenteou o Alencar, eleito o mais elegante, com o livro "Mala na mão & asas pretas", de Roberto Piva.
   Então, num bonito final, houve a troca de presentes entre o Silvio Leandro e a Alcione! Silvio ganhou "Piaf", de Carolin Burke, e Alcione, "Vermelho Amargo", de Bartolomeu Campos de Queirós.

   Tivemos ainda a emocionada despedida do prolijiano Ítalo, e as boas vindas à Eduarda.

   O Prolij entrou em recesso na sexta-feira, 16, com retorno em fevereiro. Desejamos a todos boas festas!
É com muito prazer que o Prolij anuncia que estão abertas as inscrições do ABRIL MUNDO 2012, informações no site da Univille


    As inscrições estão sendo realizadas pelo site, acesse! Para as comunicações o prazo limite é o dia 28 de março de 2012. Os ouvintes poderão se inscrever até 18 de abril (ou até o preenchimento das vagas). Esperamos por você!
   Na tarde de 7 de dezembro, a prolijiana Sônia Regina R. Pegorette defendeu sua dissertação de Mestrado "A magia das narrativas africanas - o professor como griô contemporâneo".




Por Sueli de Souza Cagneti

Rogério Andrade Barbosa, já conhecido por seu trabalho de recolha de contos africanos, tem brindado seus leitores com algumas pérolas desse imaginário tão rico que nos chega do lado de lá do Atlântico.
Dessa vez é da Etiópia o seu presente. Nem um grão de poeira, ilustrado por Rubem Filho, fala a respeito da passagem de estudiosos europeus pelas terras de Abissínia, atual Etiópia. A eles foi dado pelos abissínios, além de liberdade para transitar, desfrutar e conhecer as especificidades da flora, da fauna, da cultura e da arte, o direito de experimentar as delícias de sua cozinha. Antes de partirem para a Europa, receberam ainda joias preciosas como lembranças. No entanto, existiu algo que, a partir de um belo ritual, lhes foi negado levar para outras terras. Vale conferir a simbologia dessa revelação típica de quem sabe o valor de sua pátria e de seu povo.

FICHA TÉCNICA

Obra: Nem um grão de poeira
Autor: Rogério Andrade Barbosa
Ilustrador: Rubem Filho
Editora: Zit
Ano: 2011
  
Por Cleber Fabiano da Silva

            Apesar das histórias contadas na África serem consideradas sagradas, a pequena Obax adorava correr pelas planícies e seu maior divertimento era justamente inventar suas próprias histórias. E entre as tantas trazidas pela menina em suas andanças estava o dia em que contou ter visto cair do céu uma chuva de flores.
            Com esse simpático argumento, André Neves – premiado ilustrador da nossa literatura infantil – cria a partir de pesquisas nos costumes de diversos grupos étnicos espalhados pelo oeste africano Obax, editora Brinque-Book, 2010. No paradoxo daquela geografia árida estão as cores vivas e alegres que estampam seus objetos, casas e roupas.
            Dedicando o mesmo cuidado e arte pela sua obra, o ilustrador, aqui também autor, carrega de lirismo a narrativa tanto na dimensão verbal quanto visual em perfeito diálogo estético. Um belo livro: digno de fazer chover flores onde pouco chove água.
  
FICHA TÉCNICA:

Obra: OBAX
Autor e ilustrador: André Neves
Editora: Brinque-Book
Ano: 2010

Por Cleber Fabiano da Silva

Um dos mais conhecidos contos infantis – Chapeuzinho Vermelho – foi registrado pela primeira vez na corte francesa em 1697 por Charles Perrault no livro Contos da Mamãe Gansa. Monteiro Lobato, considerado o pai da literatura infantil brasileira, criou a partir de 1931 as histórias ambientadas no Sitio do Picapau Amarelo. Mas o que essas duas histórias, distantes tantos séculos, podem ter em comum com nosso mundo contemporâneo e globalizado?
Para saber a resposta, basta ler Dois Chapéus Vermelhinhos, de Ronaldo Simões Coelho, com ilustrações de Humberto Guimarães, editora Aletria. Uma hilariante aventura através do encontro entre seus principais personagens: Chapeuzinho Vermelho e Saci-Pererê. Isso mesmo! Incríveis e-mails levam o leitor a descortinar o universo francês e brasileiro no qual eles se inserem, mas, principalmente, reconhecer nessa amizade virtual, infinitas e reais possibilidades.
Um livro que constitui o próprio retrato da pós-modernidade: veloz, fragmentado, (inter), (multi) e (trans) disciplinar, carregado de intertextualidade e capaz de realizar um revisitamento original. 

FICHA TÉCNICA:

Obra: Dois Chapéus Vermelhinhos
Autor: Ronaldo Simões Coelho
Ilustrador: Humberto Guimarães
Editora: Aletria
Ano: 2010


     A sétima edição do tradicional evento de literatura infantil juvenil ABRIL MUNDO  se realizará nos dias 18, 19 e 20 de abril de 2012, com a discussão da literatura africana e afro-brasileira para crianças e jovens. 
O Prolij conta com a sua participação!

     Em breve serão abertas as incrições para participação e comunicação através do site da Univille.
  

Por Crislaine Fernanda Nazário

Quando se fala em livros e na mudança que eles podem causar na vida de uma pessoa, me vem à cabeça a frase de Caio Graco: “Os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas.” Todas as chaves para abrir o pensamento podem estar nas frases de um livro. E é dentro desse contexto que se encaixa a trama de Dai Sijie, cineasta e escritor chinês, que se exilou na França em 1984, tendo ele mesmo sobrevivido à estratégia da reeducação de Mao Tsé-tung.
O livro “Balzac e a costureirinha chinesa”, traduzido por Vera Lúcia dos Reis, em 168 páginas, mostra a realidade vivida quando o líder chinês lança uma companha que mudaria radicalmente a vida do país: a Revolução Cultural e a opressão do Exército Vermelho.
O narrador da história e seu amigo Luo são levados aos campos de reeducação da montanha da Fênix Celestial para tentar de alguma forma sobreviver ao trabalho pesado e pouca comida. “Um dia, de madrugada, só de pensar nos baldes que nos esperavam, perdemos a vontade de levantar. (...) Eram quase nove horas; o galo, impassível, bicava a comida fictícia, quando, Luo teve uma idéia genial.” (p. 16)
Nas páginas que se seguem podemos frequentemente nos questionar quem realmente seria reeducado. Luo se destaca na arte de contar histórias, pouco reconhecida, mas que encontra espaço na Fênix Celestial. “A montanha da Fênix Celestial ficava tão afastada da civilização que a maioria das pessoas nunca havia visto um filme sequer em suas vidas, nem sabia o que era cinema. De vem em quando, Luo e eu contávamos alguns filmes ao chefe, que chegava a babar, pedindo mais.” (p. 19)
Entre todos os acontecimentos que podiam esperar, uma mala de livros proibidos pela revolução faz com que descubram o prazer pela leitura, o sonhar e o pensar. “Repentinamente, como um intruso, o livrinho me falava do desertar do desejo, dos impulsos, das pulsões, do amor, de todas essas coisas sobre as quais jamais ouvira falar.” (p. 50)
Descobrem um sentimento de uma grandeza inexplicável: o amor. “...logo de manhã ele tinha ido á casa da Costureirinha para lhe contar a bonita história de Balzac.” (p.50)
Os dois adolescentes se apaixonam pela mais bela da aldeia, filha do alfaiate. A ingênua Costureirinha transforma e é transformada pelas palavras de Balzac. “(...) Estou certo de que com isso ela se tornaria mais refinada, mais educada.” (p.53) “Ela estava metamorfoseada, sonhadora. Levou algum tempo para voltar a si, a pôr os pés na terra. (...) me disse que o contato das palavras de Balzac sobre sua pele lhe traria felicidade e inteligência...” (p. 53) De lagarta a borboleta... Fica para a Costureirinha a difícil tarefa de escolher entre três amores, onde um deles é a liberdade.
O fascinante nesta obra é a linguagem que nos leva a sentir a mesma emoção da leitura do primeiro livro. É recomendado para todos os que apreciam uma boa leitura, mas principalmente para aqueles que nada apreciam...

FICHA TÉCNICA:

Obra: Balzac e a Costureirinha Chinesa
Autor: Dai Sijie
Tradução: Vera Lúcia dos Reis
Editora: Alfaguara
Ano: 1999

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Resenha produzida para a disciplina "Práticas de Leitura e Escrita" (1° ano de Pedagogia) da professora Sueli Cagneti.
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