Por Carolina Reichert

O livro “Fita verde no cabelo”, de João Guimarães Rosa, publicado pela editora Nova Fronteira, em 1992, e ilustrado por Roger Mello, traz uma releitura da conhecida história de “Chapeuzinho Vermelho”.

Nessa, como na original, a menina é mandada à casa da avó pela mãe, com cesto e pote e uma “fita verde inventada no cabelo”. O caminho trilhado por Fita-Verde também é repleto de distrações, mas diferente das versões conhecidas, dos Irmãos Grimm e de Perrault, não há sinal de lobo, e é a própria Fita-Verde quem escolhe trilhar o caminho mais longo.
O lobo, até então ausente na história de Guimarães Rosa, é encontrado na casa da avó que, já doente, despede-se de sua neta, quando questionada sobre seus olhos: “É porque já não te estou vendo, nunca mais, minha netinha…”. Fita-Verde conhece a morte pela primeira vez, e este grande lobo consome parte do mundo que conheceu até ali.
Em “Fita verde no cabelo”, Guimarães mostra ao leitor novas possibilidades de leitura, aproximando a clássica história de “Chapeuzinho Vermelho” do cenário brasileiro, também tornando o temido lobo mau em medos comuns a todos, como são a morte e a solidão que Fita-Verde vivencia. Além disso, a liguagem poética usada pelo autor só tem a favorecer a leitura do conto.
A ilustração de Roger Mello é outro ponto enriquecedor quando se trata de linguagem. O ilustrador possibilita um novo olhar sobre a leitura, traduzindo sentimentos que a obra desperta e guiando o leitor por diferentes perspectivas do conto.
“Fita verde no cabelo” é uma obra que pode ser apreciada tanto por jovens quanto por adultos. A narrativa é atemporal e trabalha de maneira poética temas universais, comuns a todo ser humano, independente da idade.



Obra: Fita verde no cabelo.
Autor: Guimarães Rosa
Ilustrador: Roger Mello
Editora: Nova Fronteira
Ano: 1992.
Por Msc. Alcione Pauli
alcionepauli@hotmail.com
                                 
  “A primeira luz reinava absoluta. Porém, quando foram criadas as noites que serviam para os homens descansarem, as serpentes resolveram roubá-la, e a esconderam em uma caverna.” (GUARÁ, 2011, p. 9)

Com muita sensibilidade e delicadeza no traçado da escrita, Roní Wasiry Guará, artista da etnia Maraguá, traz o relato do surgimento do primeiro grande amor do mundo.
O texto inicia com o cuidado de informar ao leitor de que lugar é a história, ou seja, há uma contextualização sobre o mundo ao qual a narrativa pertence.  Há ainda um glossário para esclarecer vocábulos escritos em tupy.
Roní Wasiry Guará, em sua primeira publicação, escreve suavemente sobre a existência de um primeiro grande amor. Conta como foram os primeiros contatos, os gracejos, as relações... a separação e como conseguiram superar a distância e encontrar-se.
Quem são os protagonistas deste amor? Onde eles estão? Ele existe? Há de ter amor à distância? O que é o amor?
Um texto apaixonante, humano que trata do mito do surgimento de um fenômeno natural. Para conhece-lo, basta ler e voar no livro: Çaíçu ´Indé: O primeiro grande amor do mundo um livro com sabor de estrelas e com os sons dos raios de sol.

Obra: Çaíçu ´Indé: O primeiro grande amor do mundo
Autora: Roní Wasiry Gruará
Ilustradora: Humberto Rodrigues
Editora: Valer

Ano: 2011
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