Resenha: A Princesa que não Tinha Reino, de Úrsula Jones

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Uma princesa em trânsito


Andréa de Oliveira
Mestranda em Patrimônio Cultural e Sociedade
Pesquisadora Voluntária do Prolij

Como quem procura um retrato, a princesa que não tinha reino do livro de mesmo nome de Ursula Jones, 2009, Ed. Caramelo livros educativos, estava a procurar seu espaço. Ela que já era considerada uma princesa, não tinha o que para alguns é essencial: um território.

Na companhia de seu pônei Lindinha, ela percorria grandes distâncias, visitava as pessoas e ganhava coisas que sabia muito bem como reaproveitar. Não era rica, mas tinha muita educação, inteligência e beleza, sabia ser solidária e educada com todos e tinha, acima de tudo, esperança e bom humor.

Uma preciosidade que chegava a assustar por ser tão diferente de outras princesas. Eis que em seu caminho aparecem sinais carregados de simbologia: um par de meias vermelhas, um esquecimento, um baile, uma ajuda. Pistas que iluminam sua jornada e a fazem encontrar seu reino da maneira mais descabida.

Uma princesa muito bem resolvida, com características pós-modernas, mas que realmente sabia o que queria.

As ilustrações são belíssimas e remetem- nos à arte barroca e ao Rococó decorativo. Não são delimitadas e estão em pleno equilíbrio com a história.

Um livro que emociona e faz suspirar com tanta graça e leveza, permitindo –nos entender que o essencial não está definitivamente ligado ao verbo ter.



Livro: A Princesa que não Tinha Reino
Autora: Úrsula Jones
Ilustrações: Sarah Gibb
Tradução: Lia Wyler
Editora: Caramelo livros educativos, São Paulo, 2009.


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