O imaginário no poder: as crianças e a literatura fantástica

/
0 Comments
Ítalo Puccini e Rodrigo da Silva

A imaginação – como a inteligência ou a sensibilidade –
cultiva-se ou atrofia-se








É esta uma das primeiras afirmações da autora Jacqueline Held no seu livro O imaginário no poder: as crianças e a literatura fantástica. Uma homenagem ao imaginário, assim poderíamos definir o centro das atenções desta obra. Um imaginário que cultivado pelo fantástico serve de fonte para as realizações e as conquistas daquele que o cria à medida que se constitui como Ser. Uma vez que, o fantástico representa “o irreal no sentido estético daquilo que é apenas imaginável” (1980, p. 24),ou seja, aquilo que existe na imaginação de quem o cria.

Este fantástico na literatura para crianças é pensado a partir da ideia de que “A leitura do real passa pelo imaginário” (1980, p. 10), e de que “Uma vida humana é uma ficção que o homem inventa à medida que caminha” (1980, p. 18). Diante dessas assertivas são abertas novas indagações a respeito deste fantástico: seria ele irracional ou racional? E que relações seria possível estabelecer entre fantástico e ficção científica? Perguntas que levarão o leitor a questionamentos de algo que é próprio da essência literária.

No entanto, conforme a autora deixa claro, permanecerão sem respostas exatas, pois são apresentadas ao leitor, apenas, possibilidades de se pensar e de se relacionar o fantástico. Como, por exemplo, aos desejos humanos, ao conto da ficção científica e às formas de humor e de poesia presentes nos textos literários. Tudo isto, levando o leitor a perceber a importância do texto fantástico para a criança em sua formação - humana e leitora - uma vez que, segundo as próprias palavras de Held (1980, p. 53), “(...) dar à criança o gosto pelo conto e alimentá-la com narrações fantásticas, se escolhidas com discernimento, é acelerar essa maturação com manipulação flexível e lúcida da relação real-imaginário”.


O imaginário no poder: as crianças e a literatura fantástica


HELD, Jacqueline.
São Paulo, Editora Summus, 1980.






Posts relacionados

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.