Afinamento: gente, animal e planta

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¹Alcione Pauli

Jóty, o Tamanduá é um livro que traz ao público um conto Kaigáng. A obra foi ilustrada pelos autores durante a Feira do Livro Indígena do Mato Grosso, Cuiabá, em 2009. Nela o escritor e ilustrador Mauricio Negro e a escritora, arte-educadora e artesã Vãngri Kaingáng recontam uma narrativa tradicional Kaingáng – povo que habita a região sudeste e sul do Brasil. Segundo dados da Funasa, a população Kaingáng gira em torno de 33.064 mil pessoas pertencentes à família lingüística Jê, do tronco Macro-Jê – que é um dos povos indígenas mais populosos do Brasil. A história trata de Jóty, um velho sábio tamanduá, que ensina os irmãos gêmeos, Kame e Kanhru, os segredos e os encantos da dança, do canto e da música. Foram os gêmeos que criaram todas as plantas, os animais e o povo Kaingáng. Tudo o que existe, desde então, tem parte criadora de Kame, e outra parte Kanhru. Cada metade tem poderes diferentes, que se harmonizam e se complementam. Uma história em que há guerreiro, melodia, graça, encanto, trocas, tratos, milho, festa... um formigueiro e, claro, um tamanduá. Um livro que descortina - e ao mesmo tempo - encobre lentamente a sabedoria do povo Kaingáng, no qual os gêmeos Kame e Kanhru criaram tudo o que há... Na verdade, Kame, regendo o sol e Kanhru a lua, nos falam mais uma vez, do “dia e da noite” do “Yin e Yan”, lados contrários cuja beleza e força está não da diferença, mas na complementariedade.


Livro: Jóty, o Tamanduá

Autor: Vãngri kaingáng
Ilustrações: Mauricio Negro
Editora: Global
Ano: 2010

¹ Mestre em Patrimônio cultural e sociedade - Pesquisadora voluntaria do Prolij - UNIVILLE


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