Os rituais do Sol e da Lua, senhores do céu e do tempo

/
0 Comments

Por Cleber Fabiano da Silva e Sueli de Souza Cagneti
         
         Na imensidão da Amazônia, em melodiosa orquestração de palavras, surge uma história carregada de mitos, mistérios e magia. Em A Flauta Mágica, de Roberto Lanznaster, editora KroArt, a esperança em relação ao futuro chega-nos através de um revisitamento da famosa e homônima ópera de Mozart, ambientado em uma aldeia indígena.
         O jovem guerreiro Apoena recebe da Rainha Lua uma ordem: resgatar sua filha Atiara, capturada pelo Sol. Para essa importante missão, deve partir para onde o grande rio Amazonas encontra-se com o mar e chegar até a Ilha do Sol. O caminho, no entanto, é cheio de perigos e dificuldades. Para protegê-lo recebe de presente uma flauta mágica “feita com um pedaço da Árvore da Vida, pelas mãos do próprio Tupã, que criou tudo o que podemos ver e aquilo que é invisível aos nossos olhos” (p. 38). Em sua trajetória será acompanhado de Paniwí, criatura encantada, meio-homem, meio-pássaro.
         Atiara tem olhos antigos, Apoena enxerga longe, além das aparências. Nesse encontro com a criação do mundo, suas origens e a constituição da própria vida brota a ancestralidade e uma intrínseca relação com a natureza. Enigmas, luzes, trevas recriadas a partir da mitologia indígena com seres encantados e cativantes. Afinal, “se ouvirmos com atenção na corrente de um rio, no sopro do vento, no estalo do fogo ou no murmúrio da terra, nós escutaremos a música encantada da Flauta Mágica. Basta fecharmos os olhos e procurarmos no lugar onde deixamos nossos desejos” (p. 118).

FICHA TÉCNICA:

Obra: A Flauta Mágica
Autor e ilustrador: Roberto Lanznaster
Editora: KeoArt
Ano: 2005


Posts relacionados

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.