Luciane Piai

        Baba Wagué Diakité nasceu e viveu grande parte de sua vida na região do Mali, África Ocidental. Na sua obra literária O dom da infância – Memórias de um menino africano, transmite para o leitor a vivacidade de suas memórias, sem deixar de lado sua origem simples e humilde, porém com uma dignidade e fidelidade a todos os seus antepassados. A sua narrativa é recheada de provérbios africanos, de muita sabedoria, deixando-a fluir com a leveza e a originalidade de um garoto: “O corpo inteiro de uma criança é de ouro, menos a cabeça – diziam -, e é necessário um ancião dedicado para transformar essa cabeça em ouro.” (DIAKITÉ, 2012, p. 16-17). Assim, esperava-se que as crianças e os jovens da família Diakité crescessem com bom caráter e boa educação, com os valores passados na aldeia. Os pais de Baba, vivendo longe da aldeia de Kassaro, desejaram que seus filhos tivessem uma vivência significativa com seus familiares, de acordo com a tradição. Então, desde pequeno, o menino conviveu com seus avós paternos, seus tios e seus primos no compound (conjunto de moradias cercadas por um muro, onde vivem as pessoas ligadas a um antepassado comum).
        O autor, também pintor e ceramista, ilustra a própria obra, utiliza azulejos como suporte para suas pinturas e ilustrações. Ao término de suas memórias faz um apêndice e dá o título de “Cantos da África Ocidental”. E, assim, contextualiza a República do Mali, os habitantes dessa região, os diversos povos africanos, entre eles, os Bambara. A história desse povo, traz o poder das palavras, já que na tradição oral africana os provérbios são muito comuns. Ainda faz um breve relato da estrutura familiar e social da aldeia, a sua alimentação, o seu vestuário, as suas festas e o mercado. E você, está a fim de experimentar instantes memoráveis nesse continente?


FICHA TÉCNICA:

Obra: O dom da infância – Memórias de um menino africano
Autor e ilustrador: Baba Wagué Diakité
Tradução: Marcos Bagno
Editora: SM (Cantos do Mundo)                 
Ano: 2012
Luciane Piai


Caro leitor, eu estava desencantada/desacreditada dos mundos mágicos das bruxas e de outros seres que povoam o imaginário. No entanto, ao conhecer Mutango e Vilengo, as bruxas das Vassouras do Vento e das Nuvens, respectivamente, minha credibilidade nos poderes das bruxas retornou paulatinamente, com essas duas criaturas protetoras contribuindo para o bem estar da aldeia. E quanto às suas idades, dizem que vivem há séculos.
Pense: quando você vê a chuva mansinha chegar e o sol nascer, lembre-se: que são elas que nos presenteiam. Bem, o restante de suas façanhas vou deixar você descobrir, porque sabemos: com bruxas com tantos poderes não dá para meter bobeira.
Este livro de ficção infantojuvenil angolano, A Vassoura do Ar Encantado, foi escrito por Zetho Cunha Gonçalves, autor de Huambo, da Angola, que passou a infância e a adolescência em Cutato, província do Kuando – Kubango, onde aprendeu e vivenciou os costumes, as lendas de seu povo e o respeito à natureza. Com essa experiência, dedica-se exclusivamente à literatura e vive atualmente em Lisboa. As ilustrações são de Andrea Ebert, natural de São Paulo.


FICHA TÉCNICA:

Obra: A Vassoura do Ar Encantado
Autor: Zetho Cunha Gonçalves
Ilustrador: Andrea Ebert
Editora: Pallas
Ano: 2012
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