Santa Catarina tem mais um jornal dedicado à cultura. Trata-se do recém criado Caixa de Pont[o] - jornal brasileiro de teatro, que tem como editores os poetas e críticos de teatro Marco Vasques e Rubens da Cunha. O periódico é exclusivo à arte teatral terá, a partir de 2016, tiragem trimestral. Estes ano, adianta a dupla de editores, serão feitos apenas dois números. E o primeiro número poderá ser conferido pelo leitor no dia 06 de junho, sábado, a partir das 20h, em Joinville, no Porão da Liga.              O objetivo é publicar entrevistas com atores, diretores, pesquisadores e abriremos espaço para dramaturgia inédita, ensaios, perfil de grupos, críticas, resenhas de livros, artigos, manifestos e toda espécie de sopro cantado por algum ponto situado no mundo. Outra proposta é a de não se fechar às vozes que possam surgir de outros territórios, sejam eles geográficos, imaginários, políticos ou étnicos. Toda expressão cênica é de nosso interesse, porque somos interessados nas fronteiras, nos mélanges, nos caldos que já não se podem mais separar, naquilo que irrompe da vida e se faz vida e via teatral.                        
            Na primeira dentição, o poeta, dramaturgo e diretor teatral argentino Luis Cano publica dramaturgia inédita para balé; André Carreira fala sobre suas pesquisas e da trajetória do seu grupo; Edélcio Mostaço mergulha na formação de nossa historiografia teatral; a cubana Blanca Rivero se debruça sobre os experimentos de René Fenández Santana; o ator, diretor e dramaturgo espanhol Javier Corral, além da entrevista, também nos oferece uma de suas dramaturgias inéditas; José Ronald Faleiro traduz Charles Dullin; Cristina Sanchez escreve sobre o livro A Função da Crítica e Nando Moraes se dedica ao livro do crítico Jefferson Del Rios que trata do emblemático Victor Garcia. Enfim, Caixa de Ponto apresenta suas armas de fronteiras porque, em nossa percepção, o filósofo francês Gilles Deleuze acerta ao dizer que é na fronteira que somos fortes. O jornal Caixa de Pont[o] tem tiragem de 3000 mil exemplares e, após distribuição estará disponível em: www.caixadeponto.wix.com/site



Novo livro de poemas de Rubens da Cunha

            Na mesma noite será lançado o livro de poemas CURRAL, de Rubens da Cunha, que foi vencedor do Prêmio de Poesia da Editora da UFSC/2014. Rubens da Cunha é um dos poetas mais importantes de sua geração e lança, junto ao jornal de teatro que é editor, seu quarto livro de poemas. O consagrado escritor Péricles Prade, que prefacia a obra, assim se refere em relação à poética do jovem poeta: "Após a primeira leitura desta obra a impressão que avulta é a de estarmos diante de uma égloga atípica, não só pelo título indutor (“Curral”), mas, principalmente, devido à mundividência do cenário natural (locus amoenus), onde os poemas se instalam.
         É o que de início transparece porque o poeta Rubens da Cunha, tímido, introvertido e urdido pelas lembranças seletivas da infância, guiado por uma memória afetiva (apesar de considerá-la “abismo visto de baixo”) de recorte autoirônico, às vezes melancólico e pessimista, do tipo colagens de remissões temporais nostálgicas, revela, sem truques retóricos (submisso ao discurso comportado), imagética ressonância desse lúdico pano de fundo de significativo índice lírico, ao transportar-se àquele remoto esplendor da Natureza cativa, sob o embalo dos signos da experiência vivida in illo  tempore.
         Contudo, anotado seja que o aliciante Bestiário, configurador do retorno às origens, incrustrado na bucólica matéria poética, emoldurado com sincrônica montagem por mulas, vacas, éguas, cães, urubus, porcos, serpentes, cavalos, peixe, corruíras, insetos e outros bichos menores, rende-se mais à técnica de dissimulação de que falava T.S.Eliot, pois a motivação/tema nodal, ideia nuclear da escritura, sem índole narrativa, na verdade hospeda-se na raiz do espectro da fragmentação do eu e da condição humana, a par das implícitas incursões metafísicas de timbre heideggardiano, louvando o corpo (engendrado pela bela metáfora “totem de carne”), estrutura existencial de sua íntima caligrafia.
         Sem dúvida, é o corpo que perpassa de forma ostensiva nas linhas e de forma subliminar nas entrelinhas dos poemas virtuosos, consubstanciados pela densidade de constante e generosa tensão erótica, energia condutora aos domínios da Queda, propiciada por um desejo confessado e respirado sobre e sob a pele nua.
         Corpo, aliás, encravado em vários títulos (“por quantas vezes terei que voltar ao corpo?”/“talvez a quinta vértebra”/“campeio músculos ossos nervos”/“naquele canto impronunciável do flanco”/“no lugar dos rins”/“o abandono ao próximo corpo”/“no húmus calabouço do corpo”) e gravado em múltiplos versos livres (“a testa do homem é uma verdade óssea”/“tenho pruridos quando chego perto do corpo”/“o estômago oco”/“a fera que me come as carnes”/“meus pedaços nobres”/“há sobre o meu peito uma pedra abstrata”/“sou um curral para as tripas”/“ossobuco”/“eu nado amargo no sangue”/“os tantos dedos”/“suas orelhas permaneciam virgens a insultos”/“passei a língua em suas costas”/“me pertubavam os mamilos”/“meu corpo no coito esquivo”/“439 vezes o corpo agacha-se” etc.”), compondo, com autoescavação e sem derramamento dramático, um catártico mosaico de hedônica tessitura, mediante linguagem clara, acertada e requintada (suma qualidade), cujo erotismo contido, caracterizado por detectável dicção moderna, isto é, à deriva da licenciosa tópica clássica, faz-se presente no momento em que os poemas são usufruídos com exemplar reverência."




Serviço

O quê: lançamento do jornal brasileiro de teatro Caixa de Pont[o] e do livro de poemas Curral. Quanto: Curral custará R$ 15,00 e o jornal será distribuído gratuitamente. Quando: dia 06 de junho, sábado, às 20h. Onde: Porão da Liga. Das 20h às 22h a entrada custará R$10, 00. Após 22h volta ao preço normal da casa, que é de R$20,00

Contatos e maiores informações:

Marco Vasques
marcoavasques@gmail.com ou caixadeponto@gmail.com
48 96078049
Rubens da Cunha
rubensdacunha@gmail.com

48 96457712

*O presente texto de release não é de autoria do Prolij. 


A prolijiana Alcione Pauli, também professora da Univille, funcionária da Biblioteca Pública Rolf Colin e contadora de histórias, apareceu no ANotícia desta segunda-feira (04/05), como parte do projeto lançado pelo AN no mesmo dia, chamado "Joinville que Queremos". Leia abaixo ou confira no site!

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