Um outro ponto de vista

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Gabrielly Pazetto 

Em Depois da Montanha Azul, a carioca Christiane Gribel brinca com a ingenuidade de um pequeno povoado, alheio às suas próprias belezas e encantos, que, após ouvirem um certo viajante, enxergam tudo sob um ponto de vista diferente. 
A narrativa de frases curtas e diálogos simples encanta pela maneira com que transmite pensamentos tão puros, não apenas por parte das crianças, guias desta história, mas também por parte dos adultos, como o simpático e caricato prefeito, que mais parece um personagem de desenho animado. 
As ilustrações da gaúcha Bebel Callage parecem terem sido tecidas suavemente à mão. Detalhes como as expressões das árvores ao verem os meninos, o lindo riacho gelado que parece mais ter sido pintado com aquarela faz tudo soar mais fantástico. O destaque mesmo é para o momento derradeiro, em que a pequena população chega até o topo da montanha que exibe várias cores e texturas, um belíssimo mosaico de estampas. Ainda há pequenos animaizinhos, sempre ao fundo, como os porquinhos e os passarinhos, que parecem terem sido desenhados por uma criança. 
O momento que nos faz suspirar e emociona é o encontro final com o viajante. A narrativa segue uma linha inocente, calma e encantadora para nos dar uma grande tremida no coração. A sensação que fica é de que todos temos uma montanha azul para subir e desafiar. 
GRIBEL, Christiane. Depois da Montanha Azul. Rio de Janeiro: Salamandra, 1968.




Gabrielly Pazetto é graduanda de Letras na Univille e técnica em Informática. Faz dos livros que lê barcos de viagens inesquecíveis.



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