29
jun
2017
14:46

Perdoar faz bem

Bruna Furlan
Publicada pela editora Melhoramentos, Mumi Sem Memória, de Gabriele Clima, retrata com simplicidade uma narrativa tão suave quanto o protagonista dessa obra. 
Mumi é um garoto simples e que esquece, rapidamente, de tudo. Ele só não esquece do caminho de sua casa, pois, para onde quer que vá, leva consigo um fio de lã amarrado em seu tornozelo. As pessoas do vilarejo não são nem um pouco simpáticas com Mumi, mas ele, sempre meigo e tranquilo, nunca recorda das brincadeiras malvadas delas. 
Chiara Carrer, ilustradora da obra, por sua vez, seleciona elementos para criar composições que são narrativas por si só. A cada página, diferentes técnicas são utilizadas para desenhar a história e, com cores leves, várias texturas e distintos traços, Carrer traz delicadas ilustrações ao texto. 
 Porém, tudo começa a mudar com  [...]

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22
jun
2017
15:48

O Menino, o Rio e o Tempo

Letícia Marques Hesmesmeyer
O Menino e o Tempo, escrito por Bia Hetzel, ilustrado por Graça Lima, publicado pela Editora Manati é disposto em vinte e três páginas ilustradas. A obra infanto-juvenil foi publicada em 1999 e conta a história de Gustavo, uma ingênua criança que encontra refúgio em uma pedra de um rio. 
Gustavo é uma criança que busca em certo rio, um esconderijo, um lugar para esfriar o pensamento e para concentrar-se apenas no chiado do rio. Nesse lugar cheio de boas sensações, o menino faz novas descobertas e encaixa-se às circunstâncias e características de lá. Para ele, tudo em sua volta muda e evoluí, ao contrário do rio, que permanece imutável: “O tempo passa. O sol se esconde atrás da montanha. O ninho de pedra escurece, esfria. O tempo passa. Só o rio não muda” (p. 7).  [...]

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15
jun
2017
15:00

Contos clássicos, humor moderno

Sabrine Padilha
Uma galinha astuta, uma lebre esperta e um gato gordo e comilão são alguns dos protagonistas dos nove contos escritos e ilustrados por Debi Gliori em “Histórias Para Ler na Cama” (Companhia das Letrinhas, 2002). 
Cada um dos contos trata de adaptar algumas fábulas famosas e lhe dar um humor mais moderno, incorporando às histórias clássicas elementos novos. O resultado é mais do que positivo. 
Como é típico das fábulas, estas trazem ao final um tipo de lição, por exemplo: seja solidário (A Galinhazinha Vermelha), não seja guloso (O Gato Gordo), e, é claro, não tente devorar seus vizinhos (Sopa de Prego). 
As ilustrações de Gliori são belíssimas e acrescentam muito aos contos, que são divertidos e nada previsíveis em sua nova roupagem, tendo uma originalidade bastante peculiar que faz o leitor  [...]

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08
jun
2017
17:18

Hora de espantar meninos

Viviane Padilha
O livro A hora da Caipora, de Regina Chamlian (Editora Ática, 1998), faz parte da Coleção Contos de Espantar Meninos criados a partir dos mitos do folclore brasileiro.
A Caipora é a senhora das florestas, protegendo a mata dos caçadores que desrespeitam a natureza. Quando o menino Zezinho e seus irmãos se aventuram pela mata, encontram o espectro de Guilherme Limões, um caçador atrevido que ousou desafiar a Caipora. O espectro, disposto a contar sua história, relata as desventuras desse encontro, enchendo os meninos de medo e dá uma grande lição sobre a importância das matas.
O livro é recheado de sustos com sua atmosfera envolvente e bom humor, fazendo reconhecer diversos personagens do folclore brasileiro que permeiam o imaginário coletivo da nação. As ilustrações de Helene Alexandrino deixam a história ainda mais tenebrosa, alternando  [...]

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01
jun
2017
15:46

Quem tem medo do lobo mau?

Nicole Barcelos
Chapeuzinho Amarelo é amarelada de medo. Tem medo de tudo, essa Chapeuzinho. Não fala, não anda, não vai à rua, não brinca. Está, a todo tempo, à margem – porque tem medo. Mas seu medo mais que medonho não é o de se sujar, ou de engasgar, ou de ter pesadelos: é de um lobo, um lobo que nunca se vê.
Sua presença, porém, é tão latente, tão amedrontadora, que a menina parece que está para topar com ele à cada esquina, de tanto pensar nele. É através de seu “encontro” com o medo, porém, que Chapeuzinho se dará conta de que o lobo pode ser, na verdade, outra coisa.
Não por acaso escrito na década de 1970, no auge de uma ditadura, em Chapeuzinho Amarelo, a protagonista que dá nome  [...]

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