Resenha de Para Criar Passarinhos

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cores e passarinhos

Ítalo Puccini


na quarta passada, no prolij, a sueli leu o livro “para criar passarinhos”, do bartolomeu campos de queirós. é edição nova do livro, feita pela global, agora em 2009, com ilustrações do guto lacaz. coisa mais linda do mundo o livro! de um cuidado extremo, belíssimo!

é um livro de cores e passarinhos. cores vivas, que causam no leitor uma sensação boa, gostosa, alegre. e o texto do bartolomeu é também cheio de vida. há coisas assim lá, ó: “Para bem criar passarinhos é necessário ter o corpo capaz de escutar o silêncio das pedras, o som do vento nas folhas, o ruído de soluços preso em garganta”.

as páginas duplas do livro são compostas, no lado esquerdo, pelo texto, e no lado direito, por figuras geométricas. pequenininhas, em grande quantidade. mas em cada conjunto de figuras geométricas há uma só com um detalhezinho de diferença para as demais. tive que tirar foto disso pra deixar mais claro, tamanha beleza! cada página dupla é de uma cor.

e os textos, ao lado esquerdo, começam sempre assim “Para bem criar passarinho”, e seguem com um dizer do que é preciso ter para criá-los, e do como fazer isso. ó um exemplo: “Para bem criar passarinho é essencial possuir um arco-íris, ilusão de água e sol, rabiscando no céu para passarinho pousar depois da chuva. E isso se faz possível colhendo nas nuvens as sete cores, ao entardecer”.

o livro é de uma delicadeza só. apresenta ao leitor o contato com o nada, com aquilo que não tem um porquê de ser, com algo sem utilidade. lembrou-me muito os livros do maneca, o manoel de barros. quer ver só (pra quem já leu bastante o manoel, há de perceber o mesmo, creio): “Para bem criar passarinho há que se sonhar borboleta, anjo ou estrela cadente. É importante ter imensas intimidades com o nada, admirar o vazio e um especial encantamento pelo azul que existe muito depois das nuvens, infinito adentro”.

para ler o bartolomeu não é preciso saber criar passarinho. é possível aprender, sim, a fazer isso, mas não é imprescindível que se saiba. é necesssário, sim, sentir a leveza do voo das palavras, buscá-las pelos arredores de cada esconderijo, explorar o que elas contém de mais singelo e secreto.



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Um comentário:

Eduardo Silveira disse...

edição maravilhosa, texto que é pura poesia.. esse livro do Bartolomeu é uma boa pedida, sem dúvida.

=D

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