Resenha: O menino, a guerra e a bola, de Jean-Baptiste Cabaud e Fred Bernard

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1 Comments
Silvio Leandro da Silva
Pesquisador voluntário do PROLIJ

Soldados. Trincheiras. Tensão. Os elementos são bastante comuns em livros que tem em seu enredo o tema das guerras - independente de sua data ou localização. Mas o que a obra dos franceses Jean-Baptiste Cabaud e Fred Bernard apresenta é algo bastante incomum no cenário bélico: um menino e uma bola. A criança em meio a conflitos mundiais já foi apresentada em outras obras (literárias ou não). Mas aqui o elemento bola é determinante, pois conduz o olhar do leitor a uma nova dimensão.

O artefato esférico, simbolicamente, nos remete à infância, aos sonhos e a ingenuidade dos pequenos seres. De repente, por distração do garoto, sua bola está ameaçada pela insensatez e ambição dos adultos que, obedecendo a uma ordem maior, lutam entre si. Mas ao perceberem a presença da criança os olhos daqueles homens param. Arregalam-se. Eles questionam-se e nós, leitores que compactuamos e torcemos pelo pequeno em meio a tanta confusão, somos levados aos sentimentos mais divergentes. Ricos traços formam as imagens que ilustram a obra, dando a impressão de caos e nebulosidade daquele contexto. Dentre as figuras que formam um assustador deserto, surge (de braços abertos) a mãe do garoto e nos sugere o eterno retorno ao afeto primeiro de nós sujeitos. Uma leitura sensível e de fácil identificação, apesar da realidade histórica tão intragável.


Autores: Jean-Baptiste Cabaud e Fred Bernard
Tradução: Monica Stahel
Editora: WMF Martins Fontes
Número de Páginas: 30
Ano de Publicação: 2009


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Um comentário:

ítalo puccini disse...

essa história é mais uma das maravilhosas!

e tua resenha tá junto com ela,
ficou boa pacas!

abraço.

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