30
abr
2010
14:57

FOLHA

* Maria Lúcia Costa Rodrigues
Com a leveza de uma brisa o livro conta em imagens a história de um menino que vivia descalço, cabeludo, despenteado e fugia da mãe para não ter de pentear e cortar seu cabelo.
Nas suas peripécias, brincadeiras e explorações ao ar livre com seu cão, o menino não percebeu uma sementinha que começou a brotar na sua cabeça, acidentalmente deixada por um pássaro. A semente germina e o  [...]

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29
abr
2010
15:45

Diga-me aonde e como vais e te direi quem és

Áurea Cármen Rocha Lira
Um convite à leitura pode ser feito de muitas formas. O jonvilense Juarez Busch Machado, artista plástico, pintor, escultor, desenhista, figurinista, cartunista, cenógrafo, pesquisador em Comunicação Visual, preferiu fazê-lo com pegadas, as quais são dispostas desde a capa em seu premiado Ida e volta, livro desenhado em 1969 e publicado no Brasil apenas em 1976, quando já era conhecido na Europa e que recebeu, entre outros, o prêmio “Nakamore Prize” do Japão, em 1977 e prêmio de “O Melhor Livro sem Texto” da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, em 1981. Tais pegadas fisgam o leitor a acompanhá-las, na ânsia de descobrir seu dono e para onde caminha. À medida que prossegue a narrativa visual, percebe-se que a protagonista da história não será fisicamente revelada ao  [...]

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28
abr
2010
13:00

Profundidades

Alencar Schueroff
“Onda” fala de um encontro entre uma menina e o mar. O que será mais profundo? Ambos se mostram curiosos, misteriosos e surpreendentes. Eles se curtem bem devagar, procurando entender um ao outro, sabiamente. Por serem providos de sentimentos sinceros e sempre ávidos por novas conquistas, falam-se francamente e mostram-se em todas as suas nuances, texturas, cheiros. Enfim, Suzy Lee, a autora, mostra-se coerente ao integrar traços singelos e uma narrativa (visual) delicada.
Onda LEE, Suzy. São Paulo, Editora Cosac Naify, 2008, 38 p.  [...]

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27
abr
2010
08:00

Novo livro de Cademartori surpreende…

Autora de O que é literatura infantil? (1986), da Coleção Primeiros Passos da Brasiliense, entre outros, Ligia Cademartori surpreende pela qualidade, leveza e pertinência de argumentos e reflexões com seu O professor e a literatura para pequenos, médios e grandes, editado pela Autêntica, em 2009.
Abrangente – abordando temáticas que passam por questões de gênero, importância da leitura (independentemente de faixa etária), caminhos da formação do leitor, aventuras narrativas, poéticas ou de viagem, encontros e desencontros do mundo da fantasia com o da inocência - a autora sem pressão e, aparentemente, sem esforço, clarifica o valor inalienável de se ler um bom texto.
Fugindo aos modelos de obras  [...]

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25
abr
2010
12:00

O QUE É QUALIDADE EM ILUSTRAÇÃO: COM A PALAVRA O ILUSTRADOR

Para aqueles que trabalham com ilustração de livros e para aqueles grandinhos que amam ver ilustrações de livros para crianças e jovens, folhear este volume, com selo de altamente recomendável pela FNLIJ, é um balsamo para os olhos e a mente. Afinal, é muito mais tranquilo ler a imagem quando se entende os meandros de sua criação.
Organizado por Ieda de Oliveira, o livro é uma coletânea de artigos e depoimentos acerca do universo da ilustração; nomes consagrados como Rui de Oliveira, Ângela Lago, Ciça Fittpaldi, André Neves, Nelson cruz, Odilon Moraes e Marilda Castanha estão entre os vinte e tantos ilustradores convidados para o trabalho.
A parte histórica é destacada por artigos de  [...]

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23
abr
2010
08:00

IRMÃ

Irmã para mim só tem uma.... Mas, para Guto Lins, Irmãs são tantas, fazendo-se de inúmeras e bonitas formas. Sempre encantam e nos gestos mais simples deixam transbordar o carinho, a atenção e o amor. Irmã faz parte da família e, na família de livros, destaca-se pela delicadeza da ilustração e sensibilidade do texto. Irmã é assim (p.34).   Título: Irmã (Coleção Família) Autor: Guto Lins Ilustração: Guto Lins Editora: Globo, São Paulo, 2009, 38 p.
Silmara T. de Souza - Uma irmã
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20
abr
2010
11:40

O modernismo e a representação do negro

Em tempos de discussão da diversidade e da inclusão, uma obra, cujo título seja Representações do negro no modernismo brasileiro: artes plásticas e música é, no mínimo, instigador. Quando uma lei federal inclui de forma arbitrária o estudo da negritude, em suas diferentes facetas (social, cultural, histórica, literária), no ensino fundamental e médio, obviamente pega professores desprevenidos, para não dizer, despreparados para a tarefa em questão. Ressalvado o mérito do gesto - há muito um débito para com os que conosco fazem parte do que seja o Brasil - há que se ter subsídios para a sua inclusão e discussão no âmbito escolar. Daí a ser muito bem-vinda a obra de Renato de Sousa Porto Gilioli, a qual, através de nomes significativos do modernismo no Brasil, como Mário de Andrade, Lasar Segall, Tarsila do Amaral, Anita Malfati, Di Cavalcanti, Cândido Portinari, vai discutindo com o leitor questões  [...]

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16
abr
2010
08:00

Recontos descongelados

Através das palavras de índio da cultura do povo munduruku, o autor Daniel narra o conhecimento e as experiências dos povos indígenas num texto que constrói com muita arte.
A obra traz quatro histórias com pitadas de suspense e terror. A primeira narra como se livrar de um ser aterrorizante de sonos infantis a “matinta perera”, figura folclórica que nos conduz à reflexão da busca do autocontrole e do medo. A próxima história é do povo Makuxi. Esta é cheia de segredos e encantos fantásticos dos rios amazônicos e do boto homem. A próxima, a história do “Vira-porco”, remonta aos mistérios do povo Saterê e à relação entre a nação indígena e os portugueses quando chegaram ao Brasil. Já a última  [...]

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14
abr
2010

MONTEIRO LOBATO: PRESENÇA E LEGITIMAÇÃO EPISTOLAR

De todos os modos, seja pela importância social, pelo avesso e polêmico cidadão, por sua jornada editorial à grandiosidade literária, por um tempo-espaço destinado à infância ou através do uso inventivo da linguagem, pelas acirradas críticas de sua experiência com o movimento modernista ou mesmo à custa das lutas relativas ao petróleo, enfim, várias facetas foram exploradas pelos estudiosos de Monteiro Lobato.
Afinal de contas, que frutos poderiam render ainda o estudo do “Andersen brasileiro”? Pois para a apaixonada e atenta pesquisadora Eliane Debus, Monteiro Lobato e o leitor, esse conhecido, editoras da UFSC e Univali, 2004, um aspecto muito relevante precisava ainda ser explorado: o leitor Lobato e os leitores de Lobato.
No intuito de discutir “todos os caminhos que levam à leitura” como foi intitulada a primeira parte de sua obra, a autora busca  [...]

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13
abr
2010
15:59

De repente, Amós Oz

Lembra da velha música A Banda, do Chico Buarque? Pois é, havia o “homem sério que contava dinheiro” o “faroleiro que contava vantagem”, a “namorada que contava as estrelas”. Cada um na sua, vivendo paralelamente. Mas a banda os uniu. É ela quem faz todos caminharem numa só direção. De repente, nas profundezas do bosque, nos mostra, originalmente, uma pequena cidade que convive com um mal que acaba afastando os moradores uns dos outros: não existem animais. Em uma noite, todos desapareceram.
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11
abr
2010
08:00

Resenha de Abaré: Natureza, cores, formas e poesia

Natureza, cores, formas e poesia
Alcione Pauli
Graça Lima, com sutileza e muita leveza nas cores e nas formas, apresenta cenas de uma história poética que narra a relação entre o índio e a natureza. Esta é sentida nas pinceladas verdes da mata e da água, água que, durante um por de sol, pode ter tons de lilás e laranja. A terra, a mata e os animais são homenageados com uma espécie de sinfonia das cores, em que todas as imagens narradas enfatizam a amizade projetada no título do texto, “Abaré”, que na língua tupy significa “amigo”.
Uma leitura que remonta, ou dá uma pitada do que pode ser, ou pode ter sido um dia de um pequeno índio que, na narrativa,  [...]

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09
abr
2010
13:00

Resenha: A Bela Adormecida, de Taisa Borges

Andréa de Oliveira
Mestranda em Patrimônio Cultural e Sociedade
Pesquisadora Voluntária do Prolij
Um livro de imagem, inspirado na história de mesmo nome, de um conhecido francês, chamado Charles Perrault.
As imagens nos contam a história de forma direta e nos remetem ao próprio mundo de Perrault, o século XVII. As cenas são emolduradas por tons dourados e contrastantes, que sofrem interferências de motivos de estamparia da arte decorativa do período Barroco. Elas expõem símbolos de nobreza e refinamento.
Na capa do livro, é possível perceber a quietude e comprometimento da história.  [...]

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07
abr
2010
13:00

Resenha: Dois Sapos Batendo Papo, de Mauricio Veneza

Por Cleber Fabiano da Silva
Pesquisador voluntário do PROLIJ- UNIVILLE
“Um grilo é mais importante do que um navio. Isso do ponto de vista dos grilos”. A frase de Manoel de Barros serve muito bem para discutir a proposta do livro. Dois sapos batendo papo, de Mauricio Veneza, Editora Formato, 2005 que possui texto, ilustração e projeto gráfico do próprio autor.
A clássica história d’ O Rei Sapo, dos Irmãos Grimm, ganha outra versão na lagoa onde dois sapos amigos conversam. Expressando o seu parecer de sapo beijado e contrariando os padrões estéticos humanos, a narrativa constitui mais uma alternativa literária que se propõe a revisitar os antigos contos da tradição oral, hoje destinados, principalmente, ao  [...]

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06
abr
2010
08:00

Resenha: A Princesa que não Tinha Reino, de Úrsula Jones

Uma princesa em trânsito
Andréa de Oliveira
Mestranda em Patrimônio Cultural e Sociedade
Pesquisadora Voluntária do Prolij
Como quem procura um retrato, a princesa que não tinha reino do livro de mesmo nome de Ursula Jones, 2009, Ed. Caramelo livros educativos, estava a procurar seu espaço. Ela que já era considerada uma princesa, não tinha o que para alguns é essencial: um território. Na companhia de seu pônei Lindinha, ela percorria grandes distâncias, visitava as pessoas e ganhava coisas que sabia muito bem como reaproveitar. Não era rica, mas tinha muita educação, inteligência e beleza, sabia ser solidária e educada com todos e tinha, acima de tudo, esperança e bom humor. Uma preciosidade que chegava a assustar por ser tão diferente de outras princesas. Eis que em seu caminho aparecem  [...]

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04
abr
2010
08:00

Resenha: João e Maria, narrativa visual de Taísa Borges

Janice Mattei
Pesquisadora Voluntária do PROLIJ
Encantar-se com os clássicos da literatura Infantil faz parte das vivências da maioria das crianças que desde muito cedo descobrem sentimentos do bem e do mal e a fragilidade das relações próprias dos seres humanos. Este clássico dos Irmãos Grimm, adaptado pela artista plástica Taísa Borges, em forma de narrativa visual, provoca um turbilhão de emoções à medida que o leitor mergulha em suas páginas. A artista utiliza como recurso um texto visual enriquecido plasticamente e aberto a múltiplas leituras. As imagens são carregadas de expressão e movimento, brincando com o jogo das cores que convidam o leitor a acompanhar as personagens nessa aventura literária.
  [...]

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03
abr
2010
08:00

Resenha: Antologia de poemas para juventude, de Florbela Espanca

Florbela Espanca: Velho e Novo Encontro
“ Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém
São almas de violetas
Que são poetas também.”
Por Cleber Fabiano da Silva
Pesquisador voluntário do PROLIJ- UNIVILLE
Há qualquer coisa de especial na paixão que sentimos por pessoas ou ambientes a julgar pelo modo com nos são apresentados. Não é tarefa fácil apresentar uma poeta como Florbela Espanca ao público jovem, nem mesmo possibilitar esse reencontro com quem já a conhece. No entanto, em Florbela Espanca – Antologia de Poemas para juventude, organização de Denyse Cantuária e sensível projeto gráfico de Iago Sartini, editora Peirópolis, 2008, ocorre esse fenômeno.
  [...]

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01
abr
2010
08:00

Resenha: A preciosa pergunta da pata, de Leen van der Berg e Ann Ingelbeen

Uma outra margem
Andréa de Oliveira
Mestranda em Patrimônio Cultural e Sociedade
Pesquisadora Voluntária do Prolij
Todos sabemos que o tempo nos traz sabedoria e paciência talvez, mas no caminho da existência aparecem perguntas que nem sempre podem ser respondidas. De onde viemos? Por que sofremos? Para onde vamos? Perguntas que nos intrigam e podem nos fazer espraiar respostas que não passam de suposições, reflexos de nossos desejos mais íntimos, mais profundos.
O livro A preciosa pergunta da pata, de Van den Berg, 2009, remete-nos a esse contexto onde uma pergunta feita  [...]

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