Oxumarê, o Arco-Íris

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“ A cultura africana não é uma
única, mas uma rede multicultural em contínua construção"
(Mia Couto)

Amanda Corrêa da Silva e Sueli de Souza Cagneti 

Oxumarê, o Arco- Íris de Reginaldo Prandi (Companhia das Letrinhas, 2004), que completa a trilogia Mitologia dos Orixás para Crianças e Jovens, resgata histórias dos orixás trazidas da África para o Brasil através das memórias do povo Iorubá.
E uma destas histórias nos conta que há muito tempo chovia insistentemente na terra, sem trégua. Então, o belo Oxumarê, filho de Nanã, que detestava ver todo aquele aguaceiro elevou seu punhal ao céu e riscou um arco imenso para vedar a passagem das águas. E é por isso que quando chove podemos ver suas cores atravessarem os céus em forma de arco-íris. 
Prandi traz à tona a força dos orixás com seus elementos característicos, traços de personalidade, as oferendas que mais lhe agradam sem, no entanto, criar a aura oculta ou carregada de estereótipos que comumente se associa aos cultos afro-brasileiros e seus deuses. As narrativas desdobram-se sempre seduzindo o leitor para o que vem a seguir.
            As ilustrações de Pedro Rafael transitam da ancestralidade ao pós-modernismo, de um passado imemorial à contemporaneidade, constituindo com uma singela beleza um conjunto de imagens que capta a natureza dos orixás, suas paixões, aquilo que é próprio de cada um sem atirá-los em um balaio.
            Oxumarê - bem como as demais produções de Prandi - contribui para dispersar a obscuridade na qual estão envoltas as manifestações culturais afro-brasileiras e para despertar o olhar das crianças e jovens para a presença da África no Brasil que compõe parte essencial na construção de nossa brasilidade.

FICHA TÉCNICA:

OXUMARÊ, O ARCO-ÍRIS
Autor: Reginaldo Prandi
Ilustrador: Pedro Rafael
Editora: Cia das Letrinhas
Ano: 2004



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