A mãe de todas as máscaras

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4 Comments
Por Sonia Regina Reis Pegoretti

                Os mitos sempre estiveram presentes na história humana. A cultura africana tem vários mitos da criação do mundo, por exemplo, a do povo ioruba, banto ou muçulmano, que podem ser comparados uns com os outros e também com mitos da criação de outras origens e povos. Mas se engana quem pensa que este não é também um tema contemporâneo. Eles estão em toda parte: no cinema, na televisão, nos livros e acima de tudo na nossa imaginação!
                É justamente sobre um dos mitos da Costa do Marfim que se trata o livro de Maté, A primeira máscara. A narrativa conta que no começo de todas as coisas, quando Deus ainda olhava para a terra recém criada, homens e natureza viviam em plena harmonia. Mas quando Ele deixou seus espíritos mensageiros para cuidar da terra e foi semear em outros continentes, a vida dos homens começou a mudar, deixando a inveja, a ira e o egoísmo destruir a criação divina.
                Tanto foi a desilusão dos espíritos, que quase todos eles resolveram abandonar os homens e fugir para a floresta. Mas um deles resolveu ficar, e acreditar que poderia fazer alguma coisa para salvar a humanidade.
                A partir daí a narrativa se desenrola com muita sensibilidade, demonstrando todo o sofrimento e agonia do espírito que se transforma em máscara até ser encontrado no meio da mata fechada.
                A ilustração também é assinada pela Maté, que soube capturar a essência da arte africana tanto nos traços como na pintura. A história é uma homenagem às tradições dos povos africanos que cantam e dançam utilizando suas máscaras sagradas, cumprindo um ritual ancestral e que hoje é conhecido e admirado em todas as partes do mundo.

FICHA TÉCNICA:

Obra: A primeira máscara
Autora e ilustradora: Maté
Editora: Noovha América
Ano: 2009


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4 comentários:

Maté disse...

Parabéns de novo,Sonia, fez uma ótima apresentação do meu livro. Acredito que na luta contra o preconceito, apresentar a arte e a espiritualidade das várias culturas africanas pode ajudar. Sou professora de arte e percebi que muitos alunos ainda associam arte e cultura africana com "magia negra", "macumba" etc.
Pura ignorância herdada do século XIX quando os donos de escravos tinham medo de uma possível reação daqueles que exploravam e por isso demonizaram seus costumes.
Para mim, um momento poético na história é quando a máscara comece a cantar...
Gostaria também de adquirir o livro com a publicação das resenhas.
Atenciosamente,
Maté.

Sonia Regina Reis Pegoretti disse...

Que honra Maté! Estou muito feliz com seus comentários.
Estamos trabalhando para que esse tipo de preconceito não faça mais parte do nosso cotidiano.
Você pode enviar o seu contato e endereço para o e-mail do PROLIJ que enviaremos um livro pra você! Um abraço, Sonia

Maté disse...

Olá, Sonia, sou eu de novo, um ano depois...Andei viajando e também não havia visto a sua resposta. Adoraria receber o livro, mas não consigo acessar o e-mail do PROLIJ com o OUTLOOK. Poderia postar o e-mail do PROLIJ aqui nos comentários para eu te mandar os meus dados de contato?
Um abraço,
Maté.

Prolij / Univille disse...

Olá, Maté. Como atualizadora do blog me adianto para que tão logo possa receba nosso livro. O e-mail é prolij@univille.br . Aguardamos seu contato!

Atenciosamente,
Ana.

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