Orixás – Mitos e ritos da condição humana

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Cleber Fabiano da Silva

Nada ou bem pouco se pode compreender da condição humana sem o estudo do panteão dos deuses e deusas que constituíram e ainda compõem parte essencial da história das sociedades de modo geral e das grandes civilizações.
                Narrados a partir de enredos jocosos, dramáticos, trágicos e, por vezes, cheios de humor e comicidade, a Mitologia dos Orixás, de Reginaldo Prandi, Companhia das Letras, 2010, traz um painel do rico e vastíssimo universo da cultura africana e suas heranças para o nosso país através de mitos que fundamentam os ritos vivenciados ainda hoje nos terreiros de candomblé – a religião dos orixás.
                Importante ressaltar que essas narrativas – sobreviventes e\ou (re) vividas na diáspora – relatam a estreita ligação dos homens com as forças e os elementos da natureza. Muitas dessas relações são justificadas e explicadas a partir do culto aos orixás, os deuses trazidos nos navios negreiros pelos povos iorubás. Esses deuses tomam conta de tudo o que acontece na vida dos homens e são senhores de espaços como: o mar, o rio, o vento, o raio, o ar, a floresta e portadores de domínios variados, como o fogo, o ferro, as doenças, as curas, a justiça.
Entre os orixás recordistas de aventuras estão: Xangô, Ogum, Iansã e Exu. Este último é habitante da encruzilhada, representado pelas cores preta e vermelha. Ele simboliza o movimento, aquele capaz de levar as oferendas, de abrir os caminhos. Exu vive a céu aberto, na passagem, ou na trilha, ou nos campos. (p.67)
Ogum traz a espada, representa a vontade de lutar, a possibilidade da transformação. Na mata mora Oxossi, o caçador. Seu elemento é o ofá – o arco com a flecha. Nas tempestades e ventanias da vida pode-se encontrar Iansã, nas vaidades e na riqueza, Oxum. Propenso a espalhar as doenças mas também possibilitar as curas está Omulu. E assim as histórias dos orixás vão sendo contadas, cada um com seus atributos e características até chegar ao encontro com Oxalá – símbolo da paz e do equilíbrio.
Com ilustrações de Pedro Rafael e significativas fotografias de praticantes do candomblé virados nos orixás, o livro fornece o maior número de recolhas de narrativas desses deuses tão peculiares que nos habitam, nos cercam e conduzem os nossos destinos.

FICHA TÉCNICA:

Obra: Mitologia dos Orixás
Autor: Reginaldo Prandi
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2010


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