Do terreiro de candomblé à igreja católica: um compadrio baiano

/
0 Comments

Por Sueli de Souza Cagneti

O compadre de Ogum, parte do livro Os pastores da noite (1964), já transformada em minissérie em 1995, surge agora como uma obra autônoma, publicada pela Cia das Letras.
                Risível, histórico e brasileiríssimo esse compadre de Ogum. Ao contar a história do negro Massu e do batizado de seu filho Felício, Jorge Amado nos faz rir, nos deixa encantados e ao mesmo tempo nos informa a respeito do Brasil e seus brasileiros, a partir de um olhar jocoso sobre Salvador da Bahia. Lá onde o Senhor do Bonfim (para os católicos) é Oxalá (o orixá maior dos adeptos do candomblé), se pode ver o retrato do sincretismo religioso brasileiro em todas as suas nuances.
Massu, homem alegre, amigo de todos, diante do impasse da escolha de um padrinho para seu filho (não quer desagradar nenhum dos amigos) recebe recado de Ogum: ele resolverá seu problema. Ogum (Santo Antônio, na igreja católica) será o compadre de Massu. E, melhor, na pele de alguém com o pseudônimo de Antônio de Ogum.
Jorge Amado, poder-se-ia dizer em O compadre de Ogum, é um retratista: nesse seu texto esta a nossa cara, o nosso jeito, as nossas mestiçagens, o nosso querer bem a todos. É livro, sem dúvida, para todo brasileiro se ver. Estamos todos lá.
Reginaldo Prandi fala disso (e bem!) em seu posfácio.

FICHA TÉCNICA: 


Obra: O compadre de Ogum 
Autor: Jorge Amado 
Editora: Companhia das Letras


Posts relacionados

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.