Do aconchego da mãe aos caminhos da fantasia

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Por Sueli de Souza Cagneti

Puxando uma lata que representa uma locomotiva e duas caixas de papelão que transportam passageiros, Moussa viaja imaginaria e cotidianamente, conduzindo e/ou conduzido por dois fios.
Um dos fios o liga e o separa da mãe, ao partir com seu trem rumo à fantasia - no centro do povoado, debaixo de um baobá, seu avô inicia suas tardes e a de tantos outros meninos com Era uma vez...
O outro fio o religa à mãe e ele volta, passando pelos mesmos lugares, mostrando ao leitor a paisagem, as pessoas, a fauna e a flora de terras africanas, no Senegal.
As ilustrações em cores quentes e figurativas nos apontam para um mundo tão particular, mas tão igual ao nosso, quando se trata de aconchego materno e fantasia (ainda mais complementada por histórias de um avô).
Conhecer Dois fios é conhecer um pouco dos fios com os quais Moussa brinca e vive, mas – essencialmente – é conhecer os dois mesmos fios que nos separam e nos ligam a Moussa, garantindo as marcas do humano, independente de geografia, etnia, religião ou o que quer que seja. Somos iguais. Nossa essência nos sinaliza isso. E basta. O restante é embalagem.
           
FICHA TÉCNICA:

Obra: Dois Fios
Autores: Pep Molist e Emilio Urberuaga
Tradutor: Ronaldo Polito
Editora: Cosac Naify
Ano: 2012


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Um comentário:

Anônimo disse...

Que LINDA resenha!
Quero ler os fios de Moussa!
Parabéns!
Alcione

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