Ousadia no mergulho

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Por Alcione Pauli

A água do rio Tapajós é o cenário onde se desenrolam as peripécias do personagem Koru. O guerreiro divaga enquanto observa tudo do rio: o rumo, os peixes, as plantas, as capivaras. Suas inquietações surgem após ter participado de uma experiência misteriosa e, para encontrar as respostas a questões incitadas nessa experiência, ele recorre ao rio.
As mulheres da aldeia acham que Koru enlouqueceu, mas sua esposa, a fiel Maíra, acredita no marido. E por nutrir esse sentimento pelo companheiro, ela decide participar da aventura de flutuar pelas águas do rio Tapajós junto de Koru.
Há um momento na história em que o casal mergulha no rio, e esse mergulho é para dentro deles mesmos. Os sonhos de Koru e Maíra cruzam e há uma explosão de fenômenos. Maíra, com carinho e delicadeza, não abandona o marido.
O retorno da viagem ao rio guarda respostas e novos mistérios.
O livro desse paraense do povo Munduruku faz as pernas tremerem e o coração bater, alimentando assim a alma e as inquietações humanas. Para dialogar com a linguagem escrita, o artista Fernando Vilela cria imagens a partir de anotações e de viagens na arte indígena brasileira de diversas etnias. A técnica utilizada é a xilogravura.
 Sabedoria das águas, de autoria de Daniel Munduruku, é um mergulhar nas letras e nas marcas das ilustrações.

FICHA TÉCNICA:

Obra: Sabedoria das águas
Autor: Daniel Munduruku
Ilustrador: Fernando Vilela
Editora: Global
Ano: 2004




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Um comentário:

Anônimo disse...

Estou começando a olhar diferente para os nossos povos indígenas... Parabéns Alci pela dedicação a essa cultura ancestral...
Cleber depois da leitura da resenha e de Yaguarê Yamnã

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