HISTÓRIA DE FICAR PANEMA

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Por Cleber Fabiano da Silva e Sueli de Souza Cagneti

            Dentro da floresta é sempre noite. Noite, tão noite e tão escura, que difícil mesmo é quem não imagine e veja assombração. Ainda não querendo, tem de dar ouvido às palavras de Maria Macuim, que tudo cura e tudo sabe, inclusive, rezas para achar quem se perde na mata. Falam de sua intimidade com o Boto, de como imita o canto da Mãe-d’água e que é capaz de conversar com o jurapari.  
Naquela “noite de contar estrelas, mas sem apontar para não criar verrugas no dedo” (p. 10) o caçador adivinhou que não era um dia de sorte, ou seja, era um dia panema. Em torno dele, um ser assombroso: “tamanho de um menino de dez anos, mas com barriga de velho e todo o corpo coberto de pelos cinzentos” (...) cabelos vermelhos, dentes verdes, o nariz como bico de tucano, um único olho na testa, os pés virados para trás, o calcanhar para a frente (...) “se desloca no ar com as orelhas de abano que batem como asas e dão um voo curto”. (p. 28).
Se o caçador não tivesse confiando tanto em si e feito pouco-caso da recomendação da bruxa (ou seria fada?) Maria Macuim talvez tudo tivesse sido bem diferente: “ao entrar na mata, deixa logo um pedaço de fumo para agradar o Curupira... que ele é o protetor das árvores e dos animais” (p. 18). Nada mais para fazer! Agora, atônito, está diante do fantástico ser que deixou no ar um cheiro repugnante... Ficará panema o nosso caçador?
Recomendamos a imediata leitura d’ O curupira, de José Arthur Bogéa com ilustrações de Maxx, editora FTD. Afinal, melhor garantir um pouco de sorte “a partir da sabedoria tirada da experiência da vida vivida!”. (p. 21).


FICHA TÉCNICA:

Obra: O curupira
Autor: José Arthur Bogéa
Ilustrador: Maxx
Editora: FTD
Ano: 2002


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