A bicicleta que tinha bigodes

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Por Georgia de Souza Cagneti

“Mas à noite quando olhas as estrelas, podes mesmo explicar aqueles brilhos com palavras de falar?”

Quando a gente encontra um livro assim, como A Bicicleta que tinha bigodes, de Ondjaki, também fica difícil de explicar. Esse mesmo mundo de sonho e sons silenciosos se abre para nós leitores. Um livro mágico? Com poderes? Sim, magicamente escrito e com todo o poder da prosa literária!
A história de um menino, sem nome, como tantos, que sonha em ganhar uma bicicleta. Que vive com uma avó, AvóDezanove, como tantas. Em Luanda, uma cidade como tantas. É o desenrolar do livro que é como poucos. Mesmo querendo saber o final, sente-se dó de acabá-lo, e depois vem uma vontade grande de voltar à companhia dessa gente de Angola, tão diferente, mas tão igual a cada um de nós.
O poder da escrita de Ondjaki é tamanho que nos faz rir chorando e chorar rindo, parece até que aprendemos a ver no escuro. Isso é arte! Falar de ditadura sem demagogia, dar vida às lembranças de cada leitor e ainda criar um laço afetivo com cada personagem. Isso é arte! E A bicleta que tinha bigodes transcende, é preciso lê-la para senti-la por inteiro.

FICHA TÉCNICA:

Obra: A bicicleta que tinha bigodes
Autor: Ondjaki
Editora: Pallas


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