Amor e morte: o mito do beija-flor

/
1 Comments

                                                       
Por Sueli de Souza Cagneti

Potyra, cujo nome significa flor, é a protagonista dessa história em que amor e morte seguem juntos. Triste pela morte do marido, Guanaby morre, deixando a filha que – inconsolável – passa horas junto ao cajueiro, onde seu corpo foi enterrado. De tristeza e solidão, a menina morre também.
Segundo a crença Maraguá, a alma de Potyra deveria transformar-se em borboleta, porém, para manter-se ao lado da mãe, sua alma ficou presa numa flor próxima a sua sepultura.
Nasce daí o mito de origem do beija-flor. Bonito e simples no recontar de Yaguare Yamã, poético e libertador no traço de Taísa Borges, o livro sugere leveza, liberdade e cor à passagem da morte, principalmente, porque aqui ela não tem o foco de finitude, mas de reencontro ao amor que, talvez só ele, pode oportunizar.
A obra – além de bilíngue – é complementada no final com informações acerca do povo e da língua Maraguá, um idioma amazônico falado por poucos idosos indígenas, correndo risco de extinguir-se.  Aliás, vale ressaltar a importância da Coleção Peirópolis Mundo, cuja preocupação tem sido resgatar línguas ameaçadas de extinção, através de livros infanto-juvenis.

FICHA TÉCNICA:

Obra: A origem do beija-flor
Autor: Yaguare Yamã
Ilustradora: Taísa Borges
Editora: Peirópolis
Ano: 2012


Posts relacionados

Um comentário:

Anônimo disse...

Que bela história-resenha!
Dá sempre vontade de ler as resenhas e de devorar os livros!
Yaguare ficaria orgulhoso de ler sua "fala escrita" do livro dele!
Parabéns!
Alcione

Tecnologia do Blogger.