No dia 1º de dezembro, primeiro domingo do advento, o novo lar de nossa querida Sueli Cagneti, na Praia Brava, recebeu os prolijianos para nosso tradicional amigo secreto, com direito a muita conversa, indicações de livros, carinho e sabores deliciosos de despedida e recomeço. 


        Após o delicioso almoço proporcionado pela coordenadora pelo seu aniversário e produzido pelo amigo Marcos, a prolijiana Áurea começou as festividades poéticas com a leitura de um texto próprio sobre o PROLIJ e seus membros.      


        Em seguida, a prolijiana e mestranda Luciane - que não participou do amigo secreto este ano - agradeceu toda dedicação de sua orientadora, presenteando nossa coordenadora. E também não ficou sem receber, Áurea com seu grande coração lhe trouxe um chocolatinho.


        O amigo secreto foi iniciado pela "dona do Prolij" que pegou nossa artista. Maria Lúcia ganhou os livros "Guaynê derrota a cobra grande", de Tiago Hakiy e "Os homens tristes", de Gustavo L. Ferreira e Paulo Vieira. 


        Maria Lúcia pegou a prolijiana colaboradora Ana e a presenteou com seu livro "A Narrativa Visual na Literatura Infantil Brasileira: Histórico e Leituras Analíticas" - que Ana ajudou a revisar - e o livro de contos "O casamento da Lua", da Ed. Boa Companhia.


       Ana, com um poema autoral, revelou que sua amiga secreta era a Rafaela e a presenteou com o livro "Canções", de Mario Quintana. 


        Rafaela pegou Sonia e lhe deu o elogiadíssimo livro do angolano Ondjaki "A Bicicleta que tinha Bigodes". 


     Sonia presenteou a Viviane com "A invenção de Hugo Cabret".

        
        Viviane presenteou Leandro com "Por que ler os clássicos", de Italo Calvino.


     Como não podia faltar, um amigo secreto repetido ocorreu. Leandro presenteou seu irmão Cleber com "Fábulas Selecionadas", de La Fontaine, com ilustrações de Calder. 


        Cleber, por sua vez, presenteou Áurea com "A mocinha do Mercado Central", de Stella Maris Resende e "Em busca do leitor literário", de sua autoria.

       Áurea, apesar de todos os desafios em seu caminho, conseguiu presentear Alcione com um lindo castiçal de advento.

        Para fechar o ciclo, desta vez sem trocas diretas, Alcione presenteou Sueli com um enfeite natalino para sua nova casa. 


        Como todo evento do Prolij, uma criança esteve entre nós, Gabriel, filho de Marcos, e não ficou sem receber um mimo. Também Marcos foi presenteado com "Pedro Pedreiro", de Fernando Vilela e Chico Buarque. Além de Sueli ganhar uma máscara da última viagem do Cleber e seu presente de aniversário dos prolijianos: dois jogos de copos e taças; afinal desejamos muitas realizações e brindes nesta nova fase. 




        O Prolij encerrou assim suas atividades de 2013 e deseja a todos boas festas!

Por Luciane Piai

 O livro Contos e lendas afro-brasileiros: a criação do mundo apresenta lendas e mitos africanos por meio de doze contos que abordam a criação do mundo.  A personagem principal desse enredo é uma fictícia jovem mãe africana, chamada Adetutu, do povo iorubás. Ela foi capturada, acorrentada e lançada num porão de navio negreiro para ser trazida ao Brasil, juntamente com outros como escravos.
Foram muitas as suas perdas, grande o sofrimento, para esquecer a dor do distanciamento dos seus dois filhos, Taió e Caiandê. Da sua família e da sua aldeia, ela se transporta, através do sonho, para o mundo espiritual de seu deus Xangô, de quem era filha e sacerdotisa devota. Uma única era a certeza: não tinham lhe tirado as suas memórias; havia também orgulho de sua origem nobre, de seus deuses e de seus ancestrais.
Adetutu sonhou com a criação do mundo e dele participou: Olorum, o Ser Supremo, encarrega o filho mais velho, Oxalá, na missão da criação, porém, devido a sua prepotência, Exu, seu irmão mais novo, apronta as suas façanhas e Odudua, outro irmão, é quem cria todos os elementos do mundo. Todavia, faltava criar o ser humano e esse poder estava na cabeça de Oxalá. Após várias tentativas, ele consegue transformar em humanos. A Iemanjá, chamada de Odóia, de Iá Mi, Rainha do Mar e Senhora do Oceano, coube cuidar das cabeças de todos os homens e mulheres.
Prandi, no epílogo, continua a narrativa da chegada de Adetutu em Salvador, Bahia, onde foi vendida como escrava urbana e após trinta anos compra a alforria e constrói um templo para Xangô; estava assim criado o candomblé, a religião dos orixás em terras brasileiras.
O autor, no apêndice, apresenta através de documentos iconográficos o ritual da religião afro. Que tal, você também participar  da criação do mundo?
                                                                     
FICHA TÉCNICA:

Obra: Contos e lendas afro-brasileiros: a criação do mundo
Autor: Reginaldo Prandi
Ilustradora: Joana Lira
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2007


Por Luciane Piai

            Os griôs são contadores de histórias da tradição oral africana; dominam e guardam a palavra para o registro de suas memórias. O nome griô é específico da antiga região do Mali e começou a ser utilizado no século XVII, pois antes disso era conhecido por diéli. Em outras línguas, ou seja, em outros países, eles recebem nomes diferentes como: jaaro, bambaado, wambaabe, guewel e marok’i.
            Para se tornar um deles era necessário ser filho de pai e mãe griôs e, por tradição, receber uma educação especial para se tornar autêntico. É interessante saber que cada grande vila tinha sua aldeia desses contadores de histórias. Eles tinham as escolas específicas, nas quais aprendiam as técnicas de memorização, a confecção dos instrumentos musicais e como tocá-los, além do uso das vestimentas adequadas para cada ocasião. Quanto às mulheres, elas recebem o nome de griotes. A sua formação é distinta da dos homens, sendo transmitida de mãe à filha. Elas dominam o canto, a dança e tocam os instrumentos. “Os griôs podem ter o conhecimento de mais de mil contos ou ser peritos na arte dos provérbios.” (LIMA & HERNANDEZ, 2010, p. 26)
            Eles conhecem as suas histórias e as repassam – palavra a palavra. E entoam canções na hora da colheita, ao som de seus tambores, de seu balafom e da sua kora, recordando, assim, o tempo da fartura.
Cada um tinha a sua faceta: os instrumentistas, os poetas, os cantores, os dançarinos, os sábios dos provérbios, o distribuidor de contos e lendas, os guerreiros, os sacerdotes, os genealogistas, os conselheiros, os representantes do governo e os diplomatas.
 Que tal conhecer a história de Sundiata Keita e do seu griô, Bala Fasekê Kouyaté? Venha ouvir a kora de vinte e uma cordas.
                                                     
FICHA TÉCNICA:

Obra: Toques do griô - Memórias sobre contadores de histórias africanos
Autoras: Heloisa Pires Lima & Leila Leite Hernandez
Ilustrador: Kaneaki Tada
Editora: Melhoramentos
Ano: 2010

A capoeira é amorosa, não é perversa.
É um hábito cortês que criamos dentro de nós,
uma coisa vagabunda. (Mestre Pastinha) [1]

Por Luciane Piai

         O livro Mestre gato e comadre onça / uma história de capoeira - recontado e ilustrado por Carolina Cunha - é um valoroso material para se conhecer as manifestações culturais, dentre as quais a capoeira é um legítimo legado da tradição africana.  Na obra, a autora com dinamismo, através de personagens animais, ensina a ginga da capoeira de uma forma leve e divertida. Leitor/leitora, você não pode perder as façanhas do gato capoeirista. E ainda: para apreciar a leitura com um gingado próprio, acompanha um CD com cantigas da capoeira, gravadas por crianças e mestres do Grupo Nzinga, Espaço Cultural Pierre Verger e Projeto Pequenos do João. Tenho certeza que a criançada vai adorar como eu também gostei.
        A autora conheceu essa história da Iaiá Cici, uma contadora de histórias, por isso ela a reconta. Mestre gato e comadre onça é uma fábula afro-brasileira, muito conhecida e cantada pelos capoeiristas. Ah, se você desconhece o vocabulário próprio desse jogo, não se preocupe, ele está no final da história. E os golpes e os movimentos? Também está lá tudo explicado. E quer saber mais, como por exemplo de qual país e povos ela é originária, quais os mestres capoeiristas mais conceituados? Basta abrir as páginas e você encontra as respostas no final do livro. Chega de delongas e vamos à leitura!
                                                                    
FICHA TÉCNICA:

Obra: Mestre gato e comadre onça / uma história de capoeira
Autor: Carolina Cunha
Ilustradora: Carolina Cunha
Editora: Edições SM
Ano: 2011




[1] http://nzinga.org.br/pt-br/mestre-gato-e-comadre-on%C3%A7a
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