No sonho, a liberdade voa com mais asas

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Nicole Barcelos

No sonho, a liberdade voa com mais asas.
(Bartolomeu Campos de Queirós)

Livro que mais parece sonho, Elefante, obra póstuma de Bartolomeu Campos de Queirós, editada em 2013 pela extinta Cosac Naify, não tem medo de mergulhar (e, quem sabe, se afogar) no mundo do eu e no outro, pelo fio dos mais humanos dos sentimentos.
De lirismo ímpar, essa narrativa guia o leitor para um universo onírico, em que o protagonista (ou melhor, eu-lírico), dentro das linhas do horizonte das paredes de seu quarto, transborda-se ao encontrar uma curiosa criatura: um elefante que cabe na palma de sua mão a adentrar, sem licença, em seu sonho. É pelo encontro com esse outro (que também é eu) que o eu-lírico tem em si despertados sentimentos contraditórios acerca do amor e da liberdade - e que se vê num conflito quase tão profundo quanto a imensidão do ser.
Com imagens poéticas de beleza singela, Elefante é igualmente bem ilustrado por Bruno Novelli (que assina como 9LI), que traz em suas gravuras em laranja e azul uma narrativa à parte, contando ainda mais dessa imersão em si mesmo.
A última obra de Bartolomeu Campos de Queirós a ser publicada é, como tudo aquilo que o autor fez, de poesia e humanidade sem igual.


QUEIRÓS, Bartolomeu Campos de. Elefante. São Paulo: Cosac Naify, 2013, 1. ed.


Nicole Barcelos é graduanda em Letras na Univille (Língua Portuguesa e Língua Inglesa). Atua como bolsista do Prolij desde 2014 e vive se perdendo em buracos de coelho.


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