Uma lista de natal e fim de ano: é época de comemorar!

/
0 Comments
Lara Cristina Victor
Maira de Carli
Isabela Giacomini
Laila Wilk Santos
*agradecimentos especiais à Nicole de Medeiros Barcelos, Alcione Pauli e Kauane Cambruzzi
No fim do ano há um ar diferenciado e um novo espírito nas pessoas, pois é tempo de festejar, de fazer encerramentos, de reunir-se com a família e amigos, de trocar presentes, de saborear pratos típicos, de comemorar as conquistas do ano e também de fazer projeções para o que está por vir. Por isso trouxemos aqui uma lista de obras que dialogam com esse período tão aguardado, seja pelo Natal, pelo ano-novo ou pelos reencontros. Confira abaixo nossas dicas literárias para a 3ª edição do especial de festividades natalinas e outras dessa época:


O Latke que não parava de gritar: uma história natalina, de Lemony Snicket e Lisa Brown- O natal é uma grande tradição cristã, comemorada todos os anos com um clima festivo muito especial. Na cultura judaica, no entanto, não é bem assim, comemora-se perto da época do natal cristão, no início de dezembro, o Chanucá (pronunciado como ranucá), mais conhecido como festa das luzes. Nesse período faz-se uma homenagem a uma vitória militar milagrosa de um exército judaico contra as imposições do rei sírio Antíoco, que impediu os judeus de seguirem sua religião há séculos. Essa comemoração dura oito dias, não por acaso, pois foi o tempo que o azeite dos militares durou para manterem seus candelabros acesos, especialmente o Chanuquiá, com nove braços. O Chanucá é uma festa judaica que faz parte da história bíblica desse povo, que usa o Torá (bíblia).

Nessa história, Latke, um bolinho de batata (prato tradicional nos chanucás), feito por uma família cristã, que comemora o natal em seu modo tradicional, com luzes, pinheirinho, ceia e presentes, é colocado para ser frito em uma frigideira com azeite de oliva. Desesperadamente, ele se põe a gritar e sai correndo pelas ruas da cidadela. No caminho, conversa com uma bengala doce, com alguns pisca-piscas e elementos de outra cultura que não o compreendem. Cansado de tanto correr e gritar se põe a descansar embaixo de um pinheiro. Mas como tudo nessa história é falante, o pinheiro também é e questiona se ele seria um presente sentado a seus pés. Latke tenta explicar que em sua cultura não funciona como no Natal cristão, e que as coisas são muito diferentes. Fala até um pouco sobre a história judaica, mas ninguém lhe dá ouvidos, até que uma família judaica surge e o leva para casa, onde novas aventuras acontecem. Latke, embora fosse um prato tradicional, feito para ser comido pelas pessoas, precisava estar dentro de um espaço que reconhecia sua história e seu valor, onde fosse aconchegado por pessoas que o compreendiam. Nessa aventura de um natal pra lá de diferente, temos a oportunidade de nos aproximar com a diversidade cultural, religiosa, com outras crenças e histórias. O livro Latke é sim uma história natalina, mas com um viés diferente do que estamos acostumados. As ilustrações são também muito simples, mas delicadas e coloridas, trazendo-nos a paz que esse espirito natalino, seja cristão, judaico ou de qualquer concepção e crença, necessita.

Aventurar-se por obras que abordam culturas tão diversas faz o leitor enriquecer seu repertório e permite que valorize outros modos de vida, que não precisam de presentes para comemorar, mas de lembranças simbólicas para serem relembradas em épocas especiais.


The case of the blue diamond, de Sir Arthur Conan Doyle- This story is about a diamond that disappeared from the Cosmopolitan Hotel and it was found inside of a good fat Christmas goose. It all started when Peterson, the doorman at the Barker Street Hotel, brought the goose and an old hat to Sherlock Holmes to look at. Peterson took it from a tall man after he was hit by men on the street in the morning of Christmas Day, when the tall man tried to hit them with his walking stick, he broke the window of a shop behind him, Peterson ran to the tall man to help him, but he ran away. When he ran, he left his Christmas goose and his hat, the blue diamond was found inside of the goose, but nobody knew how it happened.
  
The goose’s leg had a little ticket with “For Mr. and Mrs. Henry Baker, so the owner is called Henry Baker. They could find him through a newspaper advertisement. They found him and asked some questions about the goose. The tall man is innocent! He didn’t know anything about the diamond inside of his goose, he just wanted the goose to eat, but his information about the place where he bought the goose helped Sherlock to understand more things.

He got the bird at a goose pub near the British Museum, The Alpha, but there, they discovered that the geese came from Breckinridge’s Poulterer, a little shop in Covent Garden. They went there, but the owner didn’t want to say from who came the geese. When he was leaving the shop he heard a lot of noise coming from the Breckinridge’s Poulterer, a weak little man was arguing with the shop owner, he was James Ryder, the assistant manager of the hotel where the diamond was stolen.

Sherlock said to him that he would say what he wanted to know, but before, he should tell him some things. Mr. James Ryder told the truth, he stole the diamond and ran away to his sister’s house in South London, his sister had many geese in their garden, so he wanted to do something with that diamond, but he could not walk with it across London without the police officers get him. So he decided to take one of those geese and put the diamond into the bird’s mouth and now he could walk to Kilburn to visit his friend Maudsley, he could help to sell the diamond. However, when he got there, there was no diamond inside the goose, he had taken the wrong goose. He came back to his sister’s house, but there were no geese in the garden, they were sold to Breckinridge’s shop. Everything has been resolved and understood now. Sherlock didn’t tell the police because Mr. Ryder promised never do these things again, he was really felling sorry. They found a solution to the crime and that makes Sherlock happy. And it’s Christmas, after all, and Christmas is a time to be nice to other people.



Amigo secreto, de Eliandro Rocha e Sandra Lavandeira- Quer saber quem é meu amigo? Não posso contar, é SECRETO.


Este é um livro divertido, que aborda sobre a tradicional brincadeira de final de ano- de troca de presentes, mas de um jeito muito especial: valorizando a verdadeira amizade, nos mostrando que mais importante do que presentes ou estereótipos, são os amigos. Que podem ser iguais, ou totalmente diferentes. Mas o que realmente importa é o sentimento de amizade.


Quanto segredo! De Celso Sisto e Bruna Assis Brasil- O livro nos conta duas pequenas histórias, que são na verdade poemas. “A caixa de segredos” e “Roda de família” possuem musicalidade nas palavras rimadas que surgem como tipo de brincadeira para as crianças. Essa nova proposta de brincadeira textual e sonora apresenta um mundo diferente aos leitores. Em ambas, a diversão fica por conta dos versinhos, sem falar nos acontecimentos engraçados, como na primeira que o centro é uma caixinha usada para guardar muitos objetos, trecos e segredos e ai de quem xeretar ali, a segunda é repleta de perguntas, coisa bem comum as crianças. As perguntas e rimas feitas na roda de família tornam o poema mais próximo, pois nos fazem lembrar de reuniões familiares, crianças correndo para todos os lados e enchendo os mais velhos de perguntas como “se o dragão tem escama” ou “se caranguejo sai da lama”. Família reunida, rima com comida! E é assim que a prosa poética Roda de família trata desse momento: roda de família, principalmente em época de fim de ano, e as tantas perguntas feitas pela criançada.


Nada de presente, de Patrick Mcdonnel- O Natal está chegando, e nada melhor para entrar no clima do que uma boa narrativa sobre presentes e lembranças. Com poucas palavras e ilustrações singelas, “Nada de Presente”, de Patrick Mcdonnel, traz uma linda história sobre amizade que nos faz refletir sobre o verdadeiro significado dos presentes. Com humor, delicadeza e até mesmo um pouco de filosofia, o gatinho Mooch procura o presente perfeito para seu melhor amigo, algo que, com certeza, todos podemos nos identificar. E é essa jornada que nos ajuda a lembrar o verdadeiro valor da amizade, e o quão bom é passar o tempo com nossos amigos. E que às vezes, um nada pode ser um mundo de coisas.


Como o Grinch roubou o Natal, de Dr. Seuss- Todo Quem da Quemlândia gostava muito do Natal. Já Grinch, que morava ao norte da Quemlândia, não achava o Natal nada legal! Pra falar a verdade, ele odiava o Natal. Talvez porque tivesse um jeito meio amalucado. Ou porque seus sapatos eram muito apertados. No entanto, a real explicação é que ele não tinha um grande coração. Na véspera de Natal, lá estava Grinch, com um mau humor do cão, no alto de sua caverna, amargo e grinchoso. Ele odiava todo aquele barulho do Natal, odiava aquele enorme banquemte que os Quem sempre faziam, odiava aquela lambuzeira de quemdim e de rosbicho e também aquela irritante quemtoria. Ele pensava: “Eu tenho que dar um jeito para o Natal ser cancelado!”. Mas será que o Natal seria mesmo cancelado? Grinch teve uma ideia! Grinch teve uma ótima péssima ideia! Que envolvia paletó, gorro, rena e até um trenó! Grinch soltou um risinho cruel que até seu cachorro Max entrou nessa maluquice.


Essa é uma história engraçada, que conta como Grinch descobriu um outro significado para o Natal. E foi bem na Quemlândia, o comentário era geral: diziam que, naquele dia, o coração do Grinch ficou três vezes maior que o tamanho original!


Quem tem medo do novo? De Ruth Rocha e Mariana Massarani- Quem tem medo do novo fala de uma maneira muito poética sobre as mudanças que ocorrem em nossas vidas, sobre as transformações pelas quais passamos, sobre novos lugares que visitamos, sobre coisas que experimentamos, sobre pessoas que conhecemos: sobre estar em constante movimento. A obra mostra que fazer alterações nem sempre é ruim, que muitas vezes mudar nossa opinião nos faz um bem imenso, pois podemos saber a dos outros; que mudar de endereço permite que nos aproximemos de realidades diferentes; que mudar o estilo pode ser prazeroso; e, sobretudo, que viver é arriscar-se e adaptar-se. Além dessa temática interessantíssima para ser trabalhada com leitores de todas as idades, o livro é repleto de rimas, despertando uma curiosidade ainda maior pelas palavras que estão por vir para completarem essa sonoridade gostosa. As ilustrações são bastante coloridas, divertidas e mostram também essas grandes possibilidades e diversidades que temos, afinal, como a própria autora já diz: quem para é poste, a vida, é puro movimento. Essa é uma obra para se pensar na nossa virada de ano também, em quais movimentações faremos, por quais transformações precisaremos passar e principalmente para não termos medo do novo, pois tudo poderá nos surpreender!


Lara Cristina Victor é aluna do curso de Psicologia na Univille. Atua como bolsista no Prolij e vê em cada criança um pouquinho de si mesma.

Maira de Carli é graduanda em Letras (Língua Portuguesa e Inglesa) pela Univille, atua como bolsista no Prolij e encontra nas palavras segredos que são capazes de abrir fechaduras.

Isabela Giacomini é graduanda em Letras (Língua Portuguesa e Inglesa) pela Univille, atua como bolsista no Prolij e vê na literatura uma porta para outros universos e realidades.







Posts relacionados

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.