Resenha: A História de Desperaux, de Kate DiCamillo

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“Um pouco de luz nesta vida”

Áurea Cármen Rocha Lira
Pesquisadora - voluntária do PROLIJ

Meio camundongo é o quanto pesa o encantador protagonista da história que leva seu próprio nome: A história de Despereaux, de Kate DiCamillo, Ed. Martins Fontes, 2005, obra ganhadora da Newbery Medal (principal prêmio de literatura infanto-juvenil dos Estados Unidos).

Se não bastassem seus 60 gramas (imagine que outros camundongos médios pesem 120 gramas), Despereaux Tilling ainda tem orelhas enormes (justificando ser considerado nada para a decepcionada mãe camundonga Antoinette), gosta de luz, música e humanos, pecados mortais para a sua raça.

Tanta diferença, acentuada pela paixão que nutre pela meia princesa Ervilha, faz com que o Conselho dos Camundongos se reúna para cumprir o que determina a lei tradicional dos camundongos do castelo nestes casos: envio ao calabouço e aos ratos.

Através desse destino que parece trágico, vão sendo conhecidas outras histórias, como a do rato Roscuro, que vivendo na escuridão, deseja luz, e a da criada Migalha Sementeira, que sonha em ser princesa. Todos estão presentes em alguns encontros: no escuro e fétido calabouço (prepare-se para sentir arrepios), na mesa do salão de banquete do castelo e em especial consigo mesmos, enfrentando escuridões interiores, iluminando-se e levando luz uns aos outros. Como bem afirma Gregório, o carcereiro do calabouço, histórias são vidas, e esta leitor, a qual convidaria Migalha Sementeira a exclamar seu famoso “Minha nossa!”, vai mexer com a sua.



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