Resenha: Castelos, de Colin Thompson

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"Pegue uma lupa, meu filho, e venha ver o livro que comprei pra você!"

Charlotte Pires
Pesquisadora Voluntária do PROLIJ

É assim que "Castelos", do inglês Colin Thompson, aborda os leitores. Com status de livro de arte, esta refinada amostra surrealista de capa dura, em formato A3, lançada pela Brinque-Book, faz com que suas ilustrações de folha dupla revelem vários "Jardim das Delícias", como os da obra do pintor belga Hieronymus Bosch.

Mas afinal de contas, o que é "Castelos"? Se julgarmos pelo título, não nos apresentará nenhum relação literária reveladora. É apenas um título, como o nosso primeiro nome. Muitas vezes não nos desvenda por completo, nem ao menos dá vazão a interpretações.

Já nas primeiras páginas, o autor propõe um desafio ao leitor afim de que ele identifique nas ilustrações certos elementos em comum. À primeira vista parece que um jogo de tabuleiro está prestes a ser armado; mas não, a leitura continua.

Esse excesso de meios apocalípticos vira um jogo de cores e riquíssimas informações visuais que, como em toda obra surrealista, aguça a percepção de detalhes.

Cada Castelo recebe uma definição em forma de textos puramente coadjuvantes, sem entrelinhas. O intertexto ocorre mesmo, dentro da figura.

Ao leitor cabe criar uma ponte - que seja bem firme! - entre a riqueza visual  proposta pela obra e seus textos coloquiais.

Quem dera termos mil olhos para enxergar as minúncias deste "Jardim das Delícias".


Ficha Técnica:
Autor/Ilustrador: Colin Thompson
Brinque-Book
Nº de páginas: 32
Publicação: 2005


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