Os Clássicos dos Clássicos

/
0 Comments
Neste ano de 2017, o Grupo de Leitura e Discussão aqui do Prolij, coordenado pela professora Berenice Rocha Zabbot Garcia, discutiu a obra “Por que ler os clássicos”, do escritor italiano Italo Calvino. O livro consiste em um compilado de ensaios que Calvino escreveu ao longo de sua vida, organizado pensando nas obras que, para ele, são clássicos fundamentais (conceito que também aborda em sua discussão, aliás). Em sua seleção estão autores como Homero, Charles Dickens, Gustave Flaubert, Ernest Hemingway, Jorge Luís Borges, além de muitos outros (talvez nem tão conhecidos nossos até então).

Inspirados por essa obra, os integrantes do Grupo construíram suas próprias listas com os 5 clássicos que julgam serem os mais importantes para suas histórias como leitores. Afinal, como também nos lembra María Teresa Andruetto, cada leitor constrói seu próprio cânone, independentemente do que diz a academia, o mercado ou a escola. Pois, "[...] há caminhos entre livros e que, entre os caminhos, há sempre um caminho pessoal para transitar nesse bosque. E que esse caminho pessoal é aberto de livro em livro, numa sucessão de seleções" (in: Por uma literatura sem adjetivos, SP: Pulo do Gato, 2012, p. 96).

Asim, as seleções de cada participante podem ser conferidas abaixo!



Berenice Rocha Zabbot Garcia

Odisseia, de Homero
Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa
Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago
Romeu e Julieta, de William Shakespeare



Gabrielly Pazetto

Li estes livros em momentos muito distintos da minha vida, mas todos eles foram fundamentais para que me constituísse como leitora e para que eu optasse pelo curso de Letras para estudar a literatura. Há os que me fizeram chorar, os que me fizeram rir e os que me causaram muita angústia, mas todos são revisitados anualmente em minha estante e sempre me dizem algo novo.

Alice no País das Maravilhas, de Lewis Caroll
Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez
Clara dos Anjos, de Lima Barreto
Dom Casmurro, de Machado de Assis
Jane Eyre, de Charlotte Brontë



Jéssica Duarte de Oliveira

Cada livro da minha lista representa uma parte de mim. Suas especificidades e singularidades acabaram por me constituir como leitora e como pessoa. Foi na graduação que me tornei leitora assídua da nossa literatura que é rica e variada. Cada um desses autores desperta em mim uma nova forma de encarar o mundo, novas verdades e experiências únicas.

Clara dos Anjos, de Lima Barreto
Vermelho Amargo, de Bartolomeu Campos de Queirós
Fita Verde no Cabelo, de João Guimarães Rosa
Helena, de Machado de Assis
Seminário dos Ratos, de Lygia Fagundes Telles



Isabela Giacomini

Os meus livros clássicos favoritos são todos brasileiros, não apenas pelo amor que tenho pelo país, mas pela qualidade literária produzida, mesmo tendo sido realizada muito tempo depois da Europa. Entre eles está Dom Casmurro, o livro que despertou meu interesse pela literatura brasileira, pois até ao momento eu apenas gostava de best-sellers. Depois dele, passei a ler outros clássicos brasileiros e meu amor só aumentou, posso dizer que foi o precursor desse processo. Outro grande clássico é Lucíola, lido no primeiro ano da graduação de Letras, que foi inovador, além de falar da mulher da época com uma perspectiva completamente diferente da contemporaneidade; uma obra altamente reflexiva e de crítica social. O alienista também é um de meus preferidos, na verdade, foi uma indicação de minha irmã, e ao final me apaixonei pelo enredo, pela construção das personagens e mais uma vez, pelos desfechos machadianos inesperados.  Outra grande obra é Auto da Compadecida, uma das poucas peças teatrais que já li, mas que com certeza a que cultivo com maior amor. Fiz sua leitura para um vestibular e acabei me encantando com o humor e com as críticas propostas por Suassuna. O livro denuncia comportamentos sociais utilizando-se de recursos riquíssimos e sendo feito com a intenção de ser encenado, de ir ao palco e de estabelecer uma relação concreta e direta com o espectador. Também não poderia faltar uma obra de grande desconstrução pessoal: O Cortiço, que me trouxe grandes reflexões sobre a sociedade, além da vontade de ler variados gêneros, sendo crucial para eu ampliar meu gosto literário.

Dom Casmurro, de Machado de Assis
Lucíola, de José de Alencar
O Alienista, de Machado de Assis
Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna
O Cortiço, de Aluísio Azevedo



Nicole de Medeiros Barcelos

Todos estes livros estiveram, cada um à sua maneira, em algum momento da minha formação enquanto leitora, e de uma forma ou outra suas leituras continuam ecoando em mim, transformando-se em outros olhares a cada revisitar desses textos (nem sempre só verbais). Suspeito que estes livros disseram, dizem e continuarão dizendo muito nos anos ainda por vir, por bem ou por mal, e talvez revelem mais sobre si mesmos e essa que os lê.

Alice no País das Maravilhas, de Lewis Caroll
O Cântico dos Cânticos, de Ângela Lago
A Bolsa Amarela, de Lygia Bojunga
Contos de Fadas, de Perrault, Grimm, Andersen e outros
Ida e Volta, de Juarez Machado



Vander Claudio Sezerino Junior

Escolhi estes livros porque foram aqueles que durante a leitura plantaram suas palavras dentro de mim, entenderam-se além do tempo em que os tive nas mãos. Foram livros que dialogaram, e com carinho comunicaram sobre a cultura e o humano de outros tempos.

Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez
Fahrenheit 451, de Ray Bradbury
A Revolução dos Bichos, de George Orwell
O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson
O Livro de Ouro da Mitologia, de Thomas Bulfinch



-------------------------------------------------------------------------------------------------------


Gabrielly Pazetto é graduanda em Letras (Língua Portuguesa e Inglesa) pela Univille, atua como bolsista no Prolij e faz dos livros que lê barcos de viagens inesquecíveis.

Jéssica Duarte de Oliveira é graduanda em Letras na Univille (Língua Portuguesa e Língua Inglesa). Acredita que a literatura é uma porta de acesso à liberdade.

Isabela Giacomini estuda Letras na Universidade da Região de Joinville. Participou do Grupo de Leitura e Discussão e do Clube do Conto promovidos pelo Prolij e é apaixonada pela literatura.

Nicole Barcelos é graduanda em Letras na Univille (Língua Portuguesa e Língua Inglesa). Atua como bolsista do Prolij e vive se perdendo em buracos de coelho.

Vander Claudio Sezerino Junior é graduando em Letras (Língua Portuguesa e Língua Inglesa) pela Univille e acredita que a literatura é a criação e a habitação de novos mundos.


Posts relacionados

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.