Resenha de Eleguá: Alguém segure Eleguá!

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Luana Seidel

Um garoto travesso e cheio de si, que tanto mimam e que manda e desmanda em todos que estão ao seu redor. Provavelmente você conhece alguém que se encaixa nessa descrição, pois no mundo existem muitos como este, e no meio mundo também...

Eleguá é o nome da história que Carolina Cunha nos conta. O garoto travesso que tem este nome é filho de Yemanjá; ela vivia no lugar que Obatalá enfeitou com carinho e transformou no melhor lugar do Universo: o espaço. 

Yemanjá era sempre coruja, mimava muito Eleguá, descrito como “o menor e mais espevitado” dos filhos. Num dia de briga e má-criação para com sua mãe, Eleguá teve de sair de casa e se tornar responsável por si. 

Depois de tempos, o pequeno, agora dono de si, decidiu voltar pro lugar de onde veio e, para agradar aos grandes, levou consigo uma semente de três olhos que, apesar de encantar Eleguá, não ganhou muita atenção de Obatalá.

A decepção do Eleguá não foi pouca ao ver o seu presente sendo esquecido por todos; foi aí que ele, magoado, instaurou o caos na comunidade. Em meio ao desespero de todos, lhe ofereceram oferendas para que deixasse a paz voltasse para aquele lugar. Um dos pedidos foi de que encontrasse a semente; mais tarde, descobriu-se que o presente era um Obi, uma castanha que serviria para ser quebrado em quatro partes e, proferindo palavras de axé, traria mensagens dos ancestrais. A paz voltou a reinar... 

Obatalá intitulou o menino de “guardião do Universo”, quem conhece as trilhas e rotas, abre e fecha portas. Eleguá é o mensageiro do meio mundo, d’entre o céu e a Terra e, graças a ele, Obi ficou conhecido como uma semente sagrada da África. 

A obra foi publicada pela Edições SM no ano de 2007 e ilustrada também por Carolina Cunha, que intercala ilustrações coloridas para narrar as aventuras de Eleguá e tons escuros para discorrer sobre a imensidão do Universo adornado por Obalatá. 

Cunha utiliza uma linguagem simples para narrar, o que faz com que a obra seja direcionada para o público infanto-juvenil. A autora faz da história um bom meio de trazer ao leitor mais conhecimento sobre a cultura dos Yorubás e Fons. 


Luana Seidel é graduanda do curso de Letras da Univille, trocou o oxigênio por arte há tempos – e não se arrepende disso.


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