Considerações sobre as práticas com a leitura literária atreladas ao Clube do conto

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   Fernanda Cristina Cunha


Vamos conversar sobre o ler, pensado através do Clube do Conto? A leitura permeia as relações e necessidades humanas em suas variadas esferas, no entanto, no que se refere à leitura do texto literário, os hábitos de leitura não são tão perceptíveis, seja pela falta de acesso aos livros, pelo acúmulo de outras atividades em meio às rotinas agitadas da contemporaneidade, pelo desinteresse ou falta de incentivo ou pela necessidade que é colocada, em muitos casos, sobre a literatura precisar de objetivos e finalidades específicos para ser consumida.

 Quando a leitura é pensada dentro do espaço universitário, percebe-se que já é uma prática recorrente, típica e familiar, e que, de certa forma, não gera expectativas nos leitores, por ser em sua maioria técnica ou teórica, já esperada.  E, quando, nesse espaço ela é literária, está associada a trabalhos avaliativos, levando-a ao seu aspecto escolarizado, “academicizado” e não propriamente de fruição. Nesse sentido, a universidade, por preconizar o olhar crítico, a formação reflexiva e científica, precisa de momentos em que a fruição literária tenha espaço, uma vez que, com ela, bases ideológicas, históricas e psicológicas do sujeito podem ser repensadas e desestabilizadas. 

E é isso que o Clube do conto objetiva, criar experiências literárias em ambientes diversos, pois é com elas que poderemos projetar visões mais aguçadas sobre sua realidade, buscando sua modificação e a reflexão. 

Pela discussão da literatura, que trazemos temáticas de relevância. Além disso, é pela leitura do literário, dada de modo dialógico, que se tem o essencial: a fruição, a partir de uma leitura livre, espontânea e com a única finalidade de ser questionada, repensada e dialogada no coletivo, fazendo que nos sintamos parte do processo e da construção de novos olhares ou saberes.



Esse projeto pode ser pensado para se trabalhar com práticas educativas formais e não formais, tanto visando o incentivo à leitura literária como a possibilidade de fomentar discussões e envolvimentos dialógicos entre os sujeitos. O que deve ser sempre levado em consideração é que a literatura, enquanto manifestação artística, precisa expandir-se nas mais variadas relações e contextos, potencializando os espaços de liberdade que propõe.

Fernanda Cristina Cunha é graduanda de Psicologia pela Univille. Atua como bolsista do Proesde e busca através dos livros que lê as longas caminhadas por dentro de si mesma


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